Enquanto muita gente imagina que as investigações da reedição do esquema da Taturana estariam paradas no Ministério Público Estadual, a Assembleia Legislativa do Estado vem recebendo uma estimativa de 20 a 30 requerimentos requisitórios de informações por mês. Muitos dos questionamentos vêm sendo feitos diretamente aos deputados, e também à Mesa Diretora e à Direção Geral do Legislativo. Todos são obrigados a responder com a verdade, sem subterfúgios, sob o risco de agravarem as suspeitas que recaem sobre alguns dos investigados.
Tem sido comum o registro da movimentação desses documentos nas páginas do Diário Oficial do Estado. Todas as informações recebidas têm servido para abastecer inquéritos que ainda resultarão em uma ação judicial considerada como a principal, para o procurador-geral de Justiça licenciado, Sérgio Jucá.
“Foram propostas três ações, que estão em curso. E outras ações serão propostas. A mais importante, na minha concepção, ainda está na fase de elaboração da petição. Porque essa investigação é complexa, e envolve perícias e mais perícias. A sociedade pode esperar o reto cumprimento da lei”, garantiu Jucá, afastado para concorrer à reeleição no comando do MP, em candidatura única.
Jucá ressalta que o Ministério Público não vem atuado isoladamente, mas com o apoio de várias outras instituições públicas, tanto estaduais, como federais. Graças a estas parcerias, foi obtido, por exemplo, relatórios sobre o Bolsa Família, que revelou uma pessoa cadastrada no programa social, cujo esposo ganhou R$ 350 mil por ano da Assembleia Legislativa.
“Tudo isso está na fase de perícias contábeis. Porque o MP não quer fazer denúncia vazia. Todas as ações movidas contra vários deputados não contestaram as questões de mérito, apenas questões processuais. Esta investigação teve começo, tem meio e terá o fim”, garantiu Jucá, em entrevista publicada na última edição do CadaMinuto Press.
As suspeitas de desvios de recursos por meio das folhas de pagamento foram investigadas feitas a partir das denúncias do deputado estadual João Henrique Caldas (SD), eleito para a Câmara Federal, em outubro.