Se tem um fato que parece puxar Alagoas para trás é a falta de uma oposição capaz e independente. Capaz no sentido de qualificação intelectual, conhecimento e visão política; e independente no sentido de um parlamento que não se dobre por cargos e vote matérias de acordo com o que for melhor para Alagoas, jamais apenas para o governante de momento.

Entretanto, historicamente temos elegido parlamentares sem as qualificações necessárias. Na maioria dos casos atuam muito mais como mercadores, como investidores que objetivam retorno financeiro. Como já tratei em outras postagens, no período eleitoral discutimos quem é o melhor nome para prefeito, governador e senador. Vereador e deputado estadual e federal nem nos importamos tanto.

A última vez que Alagoas teve um parlamento com uma bancada em que alguns nomes se destacavam na oposição foi no século passado. Ronaldo Lessa, Eduardo Bomfim, Selma Bandeira, entre outros, faziam uma oposição programática, ano de 1982, cujo governador era Divaldo Suruagy.

Depois foi a vez de Heloísa Helena, voz silenciosa e única a criticar o governo Geraldo Bulhões. De lá pra cá, uma ou outra voz, mas sem a força e o conteúdo oposicionista existente nos governos de Suruagy e Bulhões.

O que se anuncia para o futuro governador Renan Filho (PMDB) é a inexistência de oposição. E isso será negativo. Oposição capaz e qualificada contribui para os avanços necessários e para os debates de ideias. A independência política faz a balança do poder ficar mais equilibrada.

Sendo assim, Alagoas começa o novo governo muito mal, assim como termina o atual, do ponto de vista estritamente político. É só olharmos para os nossos deputados estaduais.

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