Senado Federal homenageia, em 21 de março, o ex-senador Abdias Nascimento e a intelectual Carolina Maria de Jesus.

26/02/2014 19:01 - Raízes da África
Por Arísia Barros

O Senado Federal fará uma sessão especial, no dia  21 de março- dia Internacional de Luta Contra a Discriminação Racial-  para lembrar  a trajetória histórica do  ex-senador Abdias Nascimento e da escritora mineira Carolina de Jesus.

A sessão  que será  coordenada pelo deputado Paulo Paim  é resultado de uma solicitação do Instituto Raízes de Áfricas representação do movimento negro no estado de Alagoas à presidência do Senado Federal e faz parte da programação de  homenagens pelo centenário do  primeiro deputado federal afro-brasileiro (1983-1987) e  senador da República (1991, 1996-1999) e da intelectual  mineira Carolina Maria de Jesus.

 Abdias Nascimento, cujas cinzas estão depositadas na Serra da Barriga/Quilombo Zumbi dos Palmares, em Alagoas dedicou seus mandatos à luta contra o preconceito. Foi responsável por projetos de lei que definiam o racismo como crime e pela criação de mecanismos de ação compensatória para construir a verdadeira igualdade para os negros na sociedade brasileira. Conseguiu importantes resultados na defesa e na inclusão dos direitos dos afrodescendentes brasileiros, principalmente, por meio de políticas públicas.

Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento, estado de Minas Gerais. De família pobre, a intelectual brasileira contou com a proteção de Maria Leite Monteiro de Barros, que patrocinou seus estudos. Célebre intérprete lírica brasileira, Carolina foi também escritora e tem em sua obra um importante referencial para os estudos culturais no Brasil e no mundo.

Por meio de sua escrita de contestação, Carolina revela a importância do testemunho como meio de denúncia sociopolítica de uma cultura hegemônica que exclui. Sua obra mais conhecida é Quarto de despejo, que resgata e delata uma face da vida cultural brasileira no início da modernização da cidade de São Paulo e do surgimento de suas favelas.

Sua obra, que é considerada a literatura das vozes subalternas, inspirou diversas expressões artísticas, como a letra do samba Quarto de despejo, de B. Lobo.

 

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