O primeiro estandarte do bloco carnavalesco foi feito com um pedaço de pano rasgado da saia da avó, ainda quando ele tinha 11 anos. Com uma cara de boi desenhada no tecido e com a frase “Sai da Frente”, o militar reformado e maestro Manuel Tenório de Moura, o conhecido Manezinho, deu origem ao bloco Sai da Frente, que marcou história no bairro do Prado e em toda a capital. Os mais velhos ainda recordam o tempo de animação e folia, embaladas ao som do frevo tocado pela orquestra comandada por Manezinho.
No primeiro carnaval, após o falecimento do Manezinho, ocorrido em outubro do ano passado, o bloco vai homenagear aquele que sempre participou dos desfiles, e que mesmo enfrentando dificuldades financeiras para colocar o frevo na rua, nunca desistia de sua paixão. A continuidade será dada pela viúva Maria Pompéia Moura, a dona Pompéia, a grande companheira de Manezinho em sua caminhada e a estilista das fantasias.
É da narração ligeira de dona de Pompéia que são contados os melhores momentos do bloco, que foram muitos por sinal. Ao chegar à residência do casal, localizada na Rua São Francisco, no bairro do Prado, onde é a feita a concentração e os ensaios da orquestra, os longos anos envolvidos com o carnaval já são percebido pela exibição de troféus e adereços carnavalescos.
Durante os 63 anos, o carnaval de rua de Maceió parecia não ter animação se o bloco Sai da Frente não estivesse na programação. Dona Pompéia recorda do tempo em que o bloco era convidado para encerar o carnaval no calçadão do comércio. Ao indagada pela reportagem do CadaMinuto Press, porquê o bloco sempre encerrava a festa, ela solta uma gargalhada e responde. “Se a gente fizesse a apresentação antes dos outros blocos, a rua ficava esvaziada. Quando o bloco saia daqui do Prado uma multidão já ia acompanhando e quando o bloco voltava o povo vinha junto”.
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