Em evento para cerca de 150 convidados, realizado em um hotel de Salvador, na noite de quinta-feira (6), foi apresentada oficialmente a nova formação da banda Chiclete com Banana, que a partir da Quarta-feira de Cinzas - 5 de março - substituirá o vocalista e guitarrista Bell Marques pelo jovem Rafa Chaves.
Junto com a apresentação do novo integrante, o grupo lançou oficialmente sua nova música de trabalho, com o título sugestivo de Vida que Segue. Outra novidade foi o anúncio de que a estreia oficial do Chiclete não ocorrerá mais em Belo Horizonte, em 5 de abril, mas, sim, semanas antes, no dia 15 de março, em Brasília. Mas, se houver interesse da Prefeitura de Salvador, o grupo ainda pretende fazer um show gratuito para a população da cidade.
O início da busca por um novo vocalista se deu assim que Bell Marques anunciou sua saída do grupo, em setembro do ano passado. “Procuramos alguém que, além de competente, tivesse um bom temperamento e espírito coletivo, porque não somos uma banda que pode trocar de vocalista a cada dois anos", disse Wando Marques, tecladista e irmão de Bell, que, apesar de parecer ter assumido a liderança natural do grupo, garante não ter o interesse de ocupar tal posição.
“Agora somos uma equipe de verdade. Não tem mais band leader. Nessa fase, ninguém será o centro”, garantiu ele, em alusão ao papel antes ocupado pelo irmão. “Queremos ser como o Roupa Nova, em que ninguém sabe quem é o cantor porque esse papel não existe”, completou o percussionista Wilson Cruz.
A entrada de Rafa Chaves é a repetição do que já ocorreu em diversos grupos tradicionais do axé, como Eva, que substituiu Ivete Sangalo por Saulo Fernandes há alguns anos, e Jammil, que trocou Tuca Fernandes por Levi Lima. Tão comum que, por coincidência, dois meses antes do convite, Chaves havia ocupado o lugar deixado por Levi na Via Circular. “Ainda estava me ambientando e fiquei em estado de choque quando me chamaram. Não sabia o que dizer. Só contei pra minha família. Mas deu tudo certo e fui muito bem acolhido”, lembrou ele.
Apesar de ainda tocar com Bell Marques no próximo Carnaval, nos blocos Camaleão e Nana Banana, os integrantes do grupo já vem ensaiando intensamente com o novo cantor, até porque o intervalo entre a folia e as próximas apresentações é muito pequeno. O terceiro bloco da banda Voa Voa foi substituído pelo Vumbora e será palco de estreia da carreira solo de Bell, na madrugada no último dia do Carnaval.
Sócio da Central do Carnaval, que opera os blocos do Chiclete, o empresário Joaquim Nery afirmou que a única preocupação atual é entregar a folia de 2014 aos clientes. Assim, a tradição de iniciar as vendas de pacotes do Camaleão e Nana Banana do ano seguinte já na Quarta-feira de Cinzas será quebrada este ano. “Só venderemos os produtos que já estão prontos. Como as atrações destes dois blocos estão em definição, a venda será adiada”, disse.
Mas não só de blocos e micaretas vivem os negócios da família Marques. Além da banda, os irmãos Bell, Wado e Wilson têm um grupo de empresas, e por causa disso a separação tem ocorrido aos poucos. Segundo Wado, até agora só foram feitas as alterações essenciais, para evitar decisões impensadas. “Em breve ocorrerá a dissolução definitiva, que entendemos ser melhor para a independência de cada um", explicou.
Antes do fim da entrevista coletiva, Wado Marques comentou a decisão tomada na quarta-feira (5) pela Prefeitura de São Paulo de proibir a existência dos blocos com cordas na cidade. Para ele, a estrutura é uma maneira de pagar as despesas com as agremiações, inclusive os cachês dos artistas. “Não inventamos isso, é coisa antiga. Mas a corda não é um muro e não impede ninguém de curtir a atração. Na verdade, quem está dentro da corda paga para que quem está fora possa aproveitar, muitas vezes, de forma mais confortável”, disse.