Alexandre Nero se autoproclama um “malcriado”, porque adora “mexer no que é proibido”, “aprontar alguma” e “fazer arte”, literalmente. Não à toa, está envolvido, ao mesmo tempo, em produções na televisão, na música e no cinema. Após nove CDs, o vilão de “Além do horizonte” divulga seu primeiro DVD, “Revendo amor com pouco uso quase na caixa”. Em paralelo, pode ser visto nas telonas em “Crô” e “Eu não faço a menor ideia do que eu tô fazendo com a minha vida” — além de “Muita calma nessa hora 2”, que estreia dia 17.

— Fazer sucesso não depende só de mim. Torço para agradar a maioria das pessoas no que realizo, mas também preciso me divertir. Isso é fundamental — decreta o ator e músico, conhecido por seu humor ácido e carisma excêntrico.

Amor e felicidade são as principais bandeiras de Nero, atualmente. Uma na música, outra na TV. Em “Revendo amor...”, ele sai do lugar-comum dos DVDs musicais com dobradinha palco-e-público e apresenta um filme, com referências de circo, fanfarra e coretos de interior.

— Os DVDs entraram numa fórmula batida e chata, de show com plateia. Eu quis surpreender — assume Nero, que, dentro de uma casa do século 19, em Curitiba, promoveu com sua banda um grande ensaio, com direito a registros de conversas, discussões e eventuais erros.

Entre uma canção e outra, Nero dá lugar a sua porção poeta, em declamações.

— Escrevo textos desde garoto. Mas é um engano achar que toda poesia fala de flores. Para se ter as flores, é preciso o esterco — instiga.

Já na novela das sete, na pele do maquiavélico Hermes, Nero usa a temática da felicidade para seduzir toda uma comunidade em busca dela.

— É um tema bem contemporâneo. Atualmente, sinto como se a felicidade fosse uma auto-obrigação. Só que as pessoas ainda não entenderam que a gente está feliz, e não é feliz. Felicidade são faíscas, passa. Essa procura por ela 24 horas por dia vai acabar deixando muita gente infeliz — filosofa Nero, que ainda está em fase de adaptação ao perfil de seu personagem: — As coisas mudaram em cima da hora, não estava preparado para ser um vilão. Mas, na minha cabeça, Hermes é um psicopata, capaz de matar em prol de seus objetivos mais escusos, se preciso.