Com suspeita de que negociações tenham sido simuladas por companhias para retirá-las do Brasil, credores do Banco Santos entraram com um pedido de sequestro de 29 obras de arte que eram do banqueiro Edemar Cid Ferreira, segundo informa o jornal Folha de S.Paulo neste domingo. A instituição comandada por Ferreira sofreu intervenção em 2004 e teve a falência decretada no ano seguinte.
Ainda de acordo com a publicaçao, as empresas donas da coleção de quadros e esculturas do banqueiro também podem entrar no processo de falência do banco - elas são acusadas de receber dinheiro desviado do Banco Santos e repatriar os valores ao Brasil em forma de investimento e na compra de obras de arte. Apenas os seguros de 29 peças de arte chegaram a somar US$ 12,5 milhões. Em resposta ao jornal, Ferreira disse que as negociações de quadros em 2004 foram feitas dentro da legalidade e que eram conhecidas pela Justiça.
Fraudes
Ferreira foi condenado por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e evasão de divisas durante a gestão do banco. Os crimes teriam levado a entidade à falência em 2005, com perdas de mais de R$ 1 bilhão. O processo que determinou a falência começou em 12 de novembro de 2004, quando o Banco Central fez uma intervenção no banco e um ano depois o liquidou.
Ainda no mesmo ano, o Banco Central ordenou o afastamento do banqueiro e de 18 diretores do controle do banco e designou um interventor da entidade. Na época, se determinou que os clientes só poderiam retirar R$ 20 mil de suas contas e o restante ficou retido à espera de uma solução.
Após a intervenção, foram descobertas irregularidades na concessão de empréstimos a empresas em dificuldades financeiras no Brasil em troca da compra de títulos e de investimentos em empresas localizadas em paraísos fiscais. O plano de recuperação não permitiu a reabertura das agências que o Banco Santos operava em 10 grandes cidades brasileiras e o Banco Central optou por declarar a liquidação da entidade em 4 de maio de 2005.