O ator Tony Ramos afirmou durante coletiva de lançamento do novo seriado da TV Globo “A Mulher do Prefeito”, na noite desta terça-feira (17), que a política é um “prato cheio e redondo” para o humor. A série, uma coprodução da Globo com a O2 Filmes, tem estreia prevista para 4 de outubro e vai ao ar às sextas-feiras, após o “Globo Repórter”.

“O humor sempre atravessou os tempos espiando tudo isso. Ele nos espia, ele espia a você. O humor espia aquilo que temos de mais precioso e não damos conta, o ridículo cotidiano. Esse humor é que nos espia melhor e na política o prato é cheio, é redondo, é enorme, como eu gosto de dizer, é um penne com frutos do mar porque a política é habitada por uma série de pessoas e personagens, fazendo a ressalva de que nem todos são assim, mas há uma grande gama de pessoas que acreditam no poder de tal forma que se acham mais do que o poder, aquela velha frase dê poder ao homem e conheça o homem”, disse.

“O humor leva a uma reflexão mais confortável da vida política”, completou o ator.

Tony Ramos interpreta Reinaldo Rangel, prefeito da fictícia Pitanguá, e é casado com Aurora, vivida por Denise Fraga, uma mulher pacata, adestradora de cães, dona de casa e vice-prefeita, mas sem qualquer envolvimento com política. No entanto, quando o prefeito é alvo de escândalo sobre desvio de verbas para a construção de um estádio de futebol, maior aposta de seu governo, Aurora assume o mandato.

Enquanto Reinaldo vive em prisão domiciliar, Aurora tenta resolver os problemas da cidade do mesmo jeito que resolve os de sua casa. Na mesma época em que assume o cargo, Aurora descobre que o marido a trai. A atriz Denise Fraga demonstrou estar apaixonada pela personagem.

“Ela é disponível e comprometida com o que acontece. Ela se achava despreparada para o cargo, mas se mostra disposta a trabalhar. E nada melhor do que a energia de uma mulher traída”, disse Fraga.

Para a atriz, Aurora se demonstra engajada ””em buscar soluções . “Tem uma fala em que a filha Júlia [interpretada por Giulia Shanti] pergunta porque a mãe não sai do cargo depois de descobrir que Reinaldo a traía. E ela responde: eu não posso sair agora, tenho que resolver a vida dos outros”, conta a atriz.

A antagonista de Aurora é a empresária e presidente do time de futebol Pitanguá, Maria Fernanda, vivida pela atriz Malu Galli. “Maria Fernanda é a mulher do dinheiro, do capital e vai bater de frente com a inocência de Aurora”, conta Galli.

Questionados se as manifestações do mês de junho influenciaram no roteiro do seriado, os autores negaram e disseram que o texto foi escrito um ano antes, mas, segundo os escritores, o novo cenário político “esquentou a discussão”.

“O projeto começou a ser desmembrado e não havia ocorrido as manifestações, mas isso esquento a discussão e vai ser bom para o programa”, disse Bernardo Guilherme, autor do seriado ao lado de Marcelo Gonçalves.

“O mundo se move a partir de clamores, de incômodos, desconfortos, a falta de ar que dá na nação e em algum momento as pessoas se manifestam’, completou Tony Ramos.

No entanto, a direção do seriado acredita que o contexto político é um “pano de fundo” para uma história de amor. “Esse assunto está forte, mas a série não é uma análise da política brasileira”, disse o diretor de núcleo, Maurício Farias.

O diretor-geral Luiz Villaça afirmou que “A Mulher do Prefeito” é uma comédia “delicada e verdadeira”. “Ela fala das pessoas de uma  forma verdadeira e sincera”, disse.  “Tomara que o seriado transborde otimismo”, completou.

A trama foi filmada em diferentes locações, a maioria em São Paulo, como na cidade de Barueri e no bairro do Morumbi, na capital paulista. O figurino tem "estilo country" com "toques modernos".  "Criaram um visual bastante diferenciado. Atemporal", disse Villaça.

Sinopse
Segundo a sinopse oficial escrita pela TV Globo, "o prefeito de Pitanguá, Reinaldo Rangel, é um homem vaidoso. Não foi à toa que inaugurou um grande estádio e o batizou com seu nome. Com a construção do “Pitangão”, como o estádio ficou popularmente conhecido, Reinaldo esperava colocar Pitanguá no roteiro dos eventos internacionais. Só que, para realizar essa grandiosa obra, ele acabou usando a verba destinada à construção de casas populares e foi descoberto pela Justiça. O que era um sonho se tornou um pesadelo para Reinaldo.  

Minutos antes de oficializar a inauguração do estádio, o prefeito é avisado de que será preso. E, assim, no meio de campo, após dar o pontapé inicial da partida inaugural, encurralado como um cão sem saída, Reinaldo forja um mal súbito. A mulher, Aurora, chega ao estádio no momento em que ele sai de ambulância. No caminho para o hospital, Reinaldo revela seu plano de evitar a cadeia e garantir a prisão domiciliar. Com um atestado, ele promete que, durante o período de investigação, ficará em casa. E é de lá que vai tentar manter a execução dos seus planos e compromissos políticos. 

Diante da prisão do prefeito, em uma reunião com o empresariado de Pitanguá, Reinaldo convence a todos que a única saída é Aurora assumir a prefeitura. E espera o momento certo para comunicá-la sobre a decisão, em uma conversa de casal, na intimidade do lar. “Não sirvo”, é a primeira reação de Aurora. Mas ele usa um discurso emocionado, recheado de argumentos como senso de Justiça, compromisso com o povo e... o amor pelo marido. É assim que Aurora abre mão da sua vida como adestradora de animais, mãe e dona de casa para assumir um cargo político. 

No primeiro dia na nova função, Aurora se dirige à prefeitura acompanhada de Seixas (Felipe Abib), o assessor designado por Reinaldo para monitorar cada passo da mulher na nova função e garantir que seus atos não afetarão os compromissos firmados em seu mandato. Na chegada, é recebida por uma manifestação e um bando de jornalistas ávidos por respostas sobre os recentes acontecimentos. Seixas até tenta acalmá-la, mas Aurora se desespera e não consegue encarar a multidão. Frustrada, decide voltar para casa. 

Mas sua maior decepção ainda estaria por vir. Depois de passar por um dos momentos mais intensos de sua vida e ainda atormentada por inúmeros questionamentos, Aurora chega à residência da família e flagra Reinaldo aos beijos com uma cantora sertaneja. Mesmo assim, em meio ao turbilhão de obrigações e sentimentos, ela coloca sua responsabilidade diante da cidade à frente da vida pessoal e mergulha nos problemas de Pitanguá. 

Convicta da importância do seu papel, Aurora decide abraçar a nova função e fazer o que estiver ao seu alcance para cuidar de Pitanguá. Logo no início de sua administração, uma chuva torrencial atinge a cidade, e moradores da comunidade que deveria ser beneficiada pelos investimentos aplicados no estádio ficam desabrigados. Diante da catástrofe e sem opção de espaço para acolher as pessoas, ela define que as famílias devem ser movidas para o Pitangão. 

A decisão atinge diretamente Maria Fernanda, presidente do Pitanguá Futebol Clube e uma das lideranças do empresariado pitanguense, que tinha inúmeros compromissos a honrar para o recém-inaugurado estádio. Ela vai se tornar a principal rival de Aurora, pressionando Reinaldo a controlar a esposa e criando armadilhas para derrubar a prefeita. Nesta empreitada, conta com o apoio de Liosvaldo (João Vicente), o craque “perna de pau” do time que consta na lista de funcionários do município, apesar de nunca ter ocupado a mesa de trabalho.

Disfunções como essa vão sendo descobertas a cada desafio que a gestão da cidade impõe à nova prefeita, que, sem técnica nem preparo, recorre ao bom senso e à praticidade para colocar Pitanguá “nos eixos”. Apesar de sua enorme boa vontade, ela não estará livre das cobranças constantes da opinião pública. Suas decisões políticas e os detalhes da administração de Reinaldo serão expostos à população pelas ferozes críticas de Alberto Salomão (Danilo Grangheia) em seu sensacionalista programa de TV local.

Diante de tantas pressões e problemas, o convívio com Seixas é sinônimo de alívio para Aurora. A rotina na prefeitura e, especialmente, o desconhecimento da prefeita em relação aos processos administrativos aumentam a proximidade entre os dois. O assessor passa a admirá-la cada vez mais com o passar dos dias. Diante do amor de Seixas, Aurora precisará enfrentar mais um conflito - desta vez, do seu coração. 

Confinado na casa da família, Reinaldo, por outro lado, divide seus dias entre interesses políticos e matrimoniais. Em reuniões secretas com Maria Fernanda, planeja ações para garantir que Aurora perpetue seus interesses políticos. Ao mesmo tempo, para retomar a paz e a harmonia do lar, pensa em artimanhas visando reconquistar a esposa, agora tão atarefada e bem menos disponível do que antigamente. 

Nem a filha do casal, a jovem Júlia (Giulia Shanti), fica de fora do terremoto político e emocional causado pela saída de Reinaldo e a entrada de Aurora na prefeitura. Diante do escândalo do caso, a menina perde o namorado, todos os seus amigos e a imagem heróica que tinha do pai. A tranquila Júlia assume então uma postura rebelde e será mais uma preocupação para Aurora. Ainda mais quando se envolve com Micróbio (Rodrigo Pandolfo), cantor de hip hop e nome influente entre os desabrigados que a prefeita desloca para o Pitangão.

Até mesmo a empregada da família Rangel tem sua vida afetada pelas reviravoltas no comando da prefeitura. Consuelo (Luciana Carnieli) morava na comunidade afetada pela enchente e se torna uma das líderes entre os atingidos, com o diferencial de conhecer a prefeita na intimidade. 

Apesar de Aurora contar com o apoio de Consuelo, os sem-teto, provisoriamente instalados em barracas no recém-inaugurado estádio, levantam inúmeras manifestações contra a prefeita, temendo o descaso. Aurora por sua vez trabalha para comprovar suas boas intenções, improvisando soluções a cada nova necessidade que surge no acampamento montado no campo de futebol. Mas, conforme o tempo avança e enquanto a prefeita busca um local para a construção de moradias, a população do Pitangão vai se adaptando ao novo endereço e passa a promover festas no local, para desespero de Maria Fernanda".