A festa surpresa para comemorar o aniversário do senador Fernando Collor (PTB-AL), sábado (10), em Arapiraca, representou o quanto ele vem conseguindo penetrar e reconstruir alianças políticas na região mais importante do interior de Alagoas, o Agreste.

Importantes figuras do PIB e da política alagoana lá estavam; caso do empresário e ex-prefeito de Arapiraca, Zé Alexandre, Cícero Almeida, Ronaldo Lessa, lideranças do PT, o vice-prefeito de Arapiraca, Yale Fernandes (PMDB), deputados estaduais e federais. Houve mais de 200 filiações ao PTB, sendo a mais importante a do ex-deputado estadual Alves Correia.

Enfim, um mundaréu de gente de todo o Estado que faz oposição ao governador Viela e integra os partidos da base aliada da presidente Dilma.

Sabedor de que a grande Arapiraca decide uma eleição e que a região também é o principal portão de entrada para o Sertão, Collor tem investido boa parte do seu tempo para consolidar tal presença. Com a filiação de Alves Correia e o apoio da prefeita Célia Rocha, Fernando Collor definitivamente coloca-se em posição privilegiada para o próximo pleito.

Não é novidade, mas o senador mira 2014 com a perspectiva de ser candidato ao senado ou ao governo. Sabiamente aguarda o posicionamento do senador Renan. Mas já decidiu que o seu adversário é o governador Vilela, a quem tem dirigido duras e contundentes críticas.

Quanto ao governador, em 13 de maio escrevi que alguém do palácio havia pedido informações a um advogado sobre os requisitos para que Vilela assumisse o Tribunal de Contas (http://cadaminuto.com.br/noticia/215237/2013/05/13/membro-do-governo-faz-consulta-para-saber-se-vilela-pode-ser-conselheiro-do-tc). No texto, trato como se fosse para o TC de Alagoas. Outros companheiros afirmaram, recentemente, que seria para o TCU. Tudo bem, pois os requisitos exigidos são os mesmos.

Porém, será complicada a concretização de tal ideia por conta da certa reação que vai haver por parte da imprensa nacional e de entidades da sociedade civil, caso tal tentativa seja levada adiante, o que duvido, por Vilela.

O governador foi denunciado pelo Ministério Público Federal como envolvido na célebre Operação Navalha. O processo contra ele está parado pelo fato de a Assembleia não ter autorizado o STJ a dar seguimento. Ele foi apontado como beneficiário. 

O Ministério Público Federal concluiu que Vilela teria recebido meio milhão de reais em forma de propina. Tudo com fotos, agendas e degravações de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça.

Portanto, se candidato ao TCU as denúncias voltarão com carga total. A exposição será imensa, podendo até trazer de volta as vozes das ruas. Se optar por uma vaga no TC-AL, a repercussão será bem menor, quase um traque.

Se for para TC ou TCU o julgamento ocorre no STJ.

Eleito para o Senado ou pra Câmara será julgado pelo STF, a não ser que uma das duas casas vote um decreto impedindo que isso ocorra, o que é improvável, pois não tem sido essa a prática.

Sem mandato o processo segue seu curso normal no STJ.

Qual será, então, o futuro do governador Vilela?

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Ou não?