Entre janeiro de 2010 e dezembro de 2012, Alagoas notificou 6.499 casos de intoxicação por exposição a substâncias químicas. Desse total, 8,29% foram em decorrência do contato com agrotóxicos (agrícolas, domésticos, de saúde, raticidas e produtos veterinários), ficando atrás apenas de medicamentos, com 33,56% dos registros, e de alimentos e bebidas, com 17,73%.

Tendo em vista a redução dessas notificações, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) está elaborando o Plano Integrado de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos. O objetivo principal é aprimorar o controle e à assistência às pessoas expostas e/ou acometidas, ampliando ainda os serviços de informação disponíveis.

A iniciativa terá como prioridade municípios das 1ª, 5ª, 7ª e 8ª regiões de saúde, abrangendo Arapiraca, Feira Grande, Craíbas, Girau do Ponciano, Limoeiro de Anadia, Taquarana, Lagoa da Canoa, São Sebastião, Coité do Noia, Palmeira dos Índios, Igaci, Junqueiro, Teotônio Vilela, São Miguel dos Campos e Santa Luzia do Norte.

A escolha levou em consideração a quantidade de casos e a presença de áreas de cultivo de cana-de-açúcar e de indústria de fertilizantes. “Diante disso, a ideia é instituir uma política de ações sistemáticas e integradas de acompanhamento dos indicadores referentes aos agrotóxicos”, explica a diretora de Vigilância em Saúde Ambiental da Sesau, Elizabeth Rocha.

Entre as atividades previstas, está a formação de um grupo de trabalho responsável pela discussão, planejamento, elaboração, execução e monitoramento das estratégias e ações. Para isso, serão realizadas reuniões trimestrais para discussão e uniformização da metodologia, além da proposição de um projeto de lei que regulamente a questão no Estado.

O plano prevê ainda a capacitação dos profissionais que atuam na investigação epidemiológica, coleta e análise de amostras, de equipes de atendimento aos acometidos por intoxicação e do corpo técnico que constituirá a unidade de referência de suporte continuado. Também devem ser sensibilizados os setores envolvidos nas ações de vigilância, controle e assistência.

Elizabeth Rocha destaca que, para isso, Alagoas contará com recursos repassados pelo Ministério da Saúde. “A iniciativa serve como pré-requisito à utilização de R$ 800 mil repassados pelo ministério. Esse valor faz parte de um montante de R$ 22,7 milhões, rateados entre todos os estados e o distrito federal, em valores que oscilaram entre R$ 600 mil e R$ 1 milhão”.

Além da Diretoria de Vigilância Ambiental, também serão envolvidos no grupo de trabalho as Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica da Sesau e o Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador, o Instituto do Meio Ambiente (IMA), a Agência de Defesa Agropecuária (Adeal) e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal).