"Você precisou malhar mais para interpretar a Valdirene?" Foi essa uma das primeiras perguntas que Tatá Werneck teve de responder a jornalista quando chegou à festa de lançamento de “Amor à vida”. O papel é de uma "periguete", nas palavras dela. É uma espécie de Maria Chuteira que já assediou Neymar logo nos primeiros capítulos. Em entrevista ao G1, a atriz e humorista diz que acha "engraçado" ouvir esse tipo de questão – é uma dúvida que ela sabe estar relacionada à exposição garantida pela novela das 21h.

"Antes, as pessoas me perguntavam qual o limite do humor ou, por exemplo, sobre o meu projeto social. E agora perguntam quanto aumentou o meu bumbum", conta. Declarando-se "zero sensual", Tatá comentou que está "realizando um sonho". A afirmação veio seguida de uma advertência: "Não transformem isso numa coisa brega, que eu mato vocês".

Ela diz não se levar a sério, e que fala coisas "sempre brincando". O problema é que nem sempre entendem seus “absurdos” como propositais. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista ao G1.

G1 – Você aceitaria fazer uma novela se não fosse para fazer papel cômico?
Tatá Werneck – Claro, claro. Para mim, é um ouro tom de comicidade, que eu estou aprendendo aos poucos. Porque o tamanho é diferente das coisas que eu fazia antes. O tom é diferente, o tempo é diferente. Então, para mim, também é um desafio, mesmo sendo cômico.

G1 – Na hora em que chegou à festa, você falou a jornalistas que estava ‘realizando um sonho’. Tem medo de passar uma imagem de que se leva muito a sério?
Tatá Werneck – Eu falo muitas coisas sempre brincando – uma parada muito absurda e depois digo “brincadeira!”. As pessoas põem só a parte absurda, e não o “brincadeira”.  

G1 – Você aceitou a novela antes de ir para a emissora?
Tatá Werneck – Fiz o teste. E aí, quando soube que passei, nem pensei duas vezes.

G1 – Você sugere alguma coisa nas gravações ou só faz o que está no texto?
Tatá Werneck – Cara, o Walcyr [Carrasco, autor da novela] deu a Valdirene muito clara para mim. Eu só tentei humanizar o máximo possível.

G1 – O que significa 'humanizar'?

Tatá Werneck – É uma periguete que não está só calcada no estereótipo da periguete. Porque isso é muito vago. Na verdade, eu vejo como uma mulher, que tem vários sonhos não realizados, que foi educada pela mãe a vida inteira para achar que é muito sensual, que vai casar com um homem rico, mudar a vida dela... Então, tentei trazer elementos humanos, sabe?

G1 – Como é passar a responder perguntas sobre sua dieta e o peso? É constrangedor?
Tatá Werneck – Não, eu normalmente invento, entendeu? Por exemplo: "Como você cuida da sua pele?". Eu falo: "Jojoba e gergelim" – uma dica.

G1 – Mas você se sente incomodada com esse tipo de pergunta?
Tatá Werneck – Não. Só acho engraçado que, antes, as pessoas me perguntavam qual o limite do humor ou, por exemplo, sobre o meu projeto social. E agora perguntam quanto aumentou o meu bumbum.

G1 – Geralmente os novos artistas começam a carreira respondendo sobre banalidades e só depois passam a temas mais sérios. Com você, está sendo o contrário. Já parou para pensar nisso?
Tatá Werneck – Acho que, se Deus quiser, daqui a 38 anos, vou estar ainda falando: “Ai, meu Deus, você viu que na revista colocaram que sou fã de pegadinhas picantes?”.

G1 – Para terminar, colocaram algum limite no jeito como você interpreta a Valdirene, de falar que isso ou aquilo não iria pegar bem?
Tatá Werneck – Cara, eu não cheguei dando muito, assim. Cheguei bem pouquinho, sabe?, num tom bem pequeno... Mentira. Não estou chegando num tom pequeno, não. Não sei. Cada dia é um dia. Estou aprendendo ainda. Cada dia é um dia. Estou aprendendo ainda.