A declaração feita pela atriz Angelina Jolie,37, nesta semana, onde revelou que teria se submetido a um procedimento cirúrgico para a retirada dos dois seios (mastectomia dupla) para reduzir  as possibilidades de desenvolver câncer de mama levantou uma série de questionamentos sobre a doença.

No caso da atriz americana existia um risco de 87% de desenvolver câncer de mama e de 50% de ter câncer de ovário devido à presença de um gene falho, o  BRCA1, gene humano que regula o ciclo celular e previne a proliferação descontrolada. Pesquisas revelam que a sua mutação aumenta as chances de desenvolver a doença.

A médica mastologista Helena Barreto explica que existe uma série de recomendações para que seja feito o procedimento. “A mastectomia reduz o risco de que a doença se manifeste porém é preciso estar ciente de que a cirurgia não garante que sejam retiradas as células mamárias na sua totalidade. Ou , a cirurgia pode reduzir em até 90% as probabilidades do aparecimento do câncer de mama mas não excluem o risco de que a doença se manifeste”, afirmou a médica.

O exame

O exame que detecta a presença do gene BRCA1 é o Oncotype. “O procedimento é simples. É feita uma coleta de sangue e o material é analisado para ver se existe a presença do gene. Se for detectada a mutação então a intervenção cirúrgica é recomendada”, destacou Helena Barreto.

No Brasil esse tipo de exame só é realizado nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. O valor aproximado estima-se que seja entre R$ 3 e R$5 mil. Até o momento o Oncotype não tem cobertura pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou pelos planos particulares de saúde.

A médica destaca ainda que o melhor remédio é a prevenção. Com ou sem antecedentes familiares de casos de câncer na família, “a recomendação que se dá a todas as mulheres é que após os 35 anos realizem os exames periódicos como a ultrassonografia mamária, mamografia e outros exames de rotina”, concluiu Helena Barreto.