O ator José Loreto descreve como “galã do subúrbio” o personagem mais marcante de sua carreira, o Darkson da novela “Avenida Brasil”. E não poderia ser mais distinta a síntese que ele faz de seu trabalho atual, em “Flor do Caribe”. “Ele tem uma coisa ‘chapliniana’, de Molière”, afirma o intérprete de Candinho, em entrevista ao G1.

Destaque na atual trama da faixa das 18h da TV Globo, Candinho é apresentado no site oficial como um “adulto com alma de criança, tipo fantasioso, que acredita tanto em anjos como em mula-sem-cabeça e extraterrestres, tido como ‘aluado”.

Em “Avenida Brasil”, Darkson surgia em cena ao som da música-tema “Cachorro perigoso” e tinha como companhia Tessália (Débora Nascimento). Em “Flor do Caribe”, Candinho costuma circular (e conversar) com Ariana. Trata-se de uma cabra de estimação, o que contribui decisivamente para o exotismo do sujeito.  

Loreto conta que está otimista com relação a Candinho. “Tem tudo para ser o personagem da minha vida, de virada da minha carreira, de eu mostrar tudo do que sou capaz.” É neste momento da entrevista que o ator menciona o “galã do subúrbio” e estabelece uma oposição entre os dois trabalhos.

A conversa com o G1 aconteceu na festa de lançamento de “Flor do Caribe”, pouco após a exibição de um clipe da novela. Quando a tela mostrou Candinho pela primeira vez, Henri Castelli comentou com Beth Mendes, sua mãe na trama: “Isso é muito bom!”. Loreto acha que o elogio se deve ao fato de o personagem ser “muito lúdico”.

Além de Charles Chaplin e do Molière, Loreto confessa ter recorrido a material brasileiro na composição de Candinho, como “Chicó e Tonho da Lua”. Este último foi interpretado por Marcos Frota em “Mulheres de areia” (1993) e por Gianfrancesco Guarnieri na versão original, 20 anos antes.

Já Chicó (Selton Mello) foi absorvido de “O auto da compadecida” (2000), um dos “muitos filmes” a que o ator conta ter assistido na preparação prévia para o papel. O longa-metragem baseia-se na obra homônima escrita por Ariano Suassuna – é justamente o mesmo autor homenageado com o nome da cabra que contracena com Candinho.