Após esgotarem em 4h15, nesta quinta-feira (4), os ingressos para o Rock in Rio 2013 estão sendo revendidos por até R$ 1,2 mil em outros sites. A revenda de ingressos é proibida pelo festival, que não se responsabiliza pela compra fora do endereço oficial de venda. Mesmo assim, acontece em páginas do Mercado Livre (onde há preços de até R$ 1 mil), Comprei E Não Vou (por até R$ 900) e Via Gogo (por até R$ 1,2 mil). O ingresso para cada dia custava R$ 260.

Procurados pelo G1, Mercado Livre e Comprei E Não Vou dizem que a responsabilidade pela venda é das pessoas que se cadastram nos sites e oferecem o produto, mas que há mecanismos nos sites para que os próprios usuários denunciem a ação de cambistas.

O Mercado Livre diz permitir em seus termos de uso a venda apenas pelo preço original, e o Comprei E Não Vou incentiva a transação entre fãs que não conseguiram e desistiram de ir, sem preços abusivos.

O G1 entrou em contato com o site Via Gogo, através de e-mail e de formulário de contato no site, na tarde de quinta-feira (4), mas não obteve resposta.

“É proibida a revenda de ingresso ou Rock in Rio Card, bem como a sua utilização para fins promocionais ou institucionais sem o consentimento expresso e por escrito dos promotores do festival”, diz o site oficial do evento. Além disso, o site esclarece que “a organização do festival não se responsabiliza por ingressos adquiridos fora dos postos oficiais de venda”.

Sites têm ferramenta de denúncia
O Mercado Livre tem, entre seus termos de uso, a proibição de vendas de ingressos mais caros do que o preço original. A assessoria de imprensa do site diz que, a partir de indicação do próprio usuário do site, no botão "Denunciar", o anúncio pode ser apagado e o vendedor ter seu cadastro excluído.

“O Mercado Livre oferece espaço para que aconteça a venda. O vendedor se responsabiliza por seguir os termos do site”, diz a assessoria do site. O Mercado Livre tem uma equipe que monitora possíveis vendas irregulares, como as de ingressos acima do preço oficial, a partir das indicações dos usuários. “A equipe entra a partir do momento em que alguém denuncia”, explica a assessoria.

Daniel Araújo, um dos criadores do Comprei E Não Vou, diz: “O site não vende ingressos. Nosso funcionamento é igual ao de um classificado de jornal: não intermediamos a negociação, compra, venda, entrega, validação e recebimento dos ingressos.”

Daniel ressalta que Comprei E Não Vou tem uma funcionalidade de "Reporte de Anúncios", que pode ser utilizada para nos avisar sobre qualquer suspeita de irregularidade. “Desde suspeita de ingressos falsos à cobrança de preços abusivos”, especifica.

“O site foi feito para ajudar pessoas que compraram ingresso para um evento que não poderão ir, e as que não conseguiram comprar ingresso para um evento com ingressos esgotados. Tanto é que não cobramos nada pelo serviço, nem taxas, nem nada”, completa Daniel.

O comprador também não tem garantia de que o ingresso não é falso. “Como não estamos relacionados com a negociação, intermediação ou envio/recebimento de ingressos, não temos como verificar a veracidade dos anúncios no site, nem dos ingressos. É de responsabilidade dos interessados nos ingressos atestarem se o ingresso é falso ou não”, adverte Daniel.