Jornalista, profissão de alto risco de morte. O Brasil é o quarto país do mundo mais perigoso para se trabalhar como jornalista. Mata-se mais jornalistas no Brasil do que no Iraque, Faixa de Gaza e Afeganistão, países que vivem conflitos internos armados. A Press Emblem Campaign, ONG que cuida da proteção de jornalistas e que tem sede na Suíça, colocou o Brasil na quarta posição entre os países com maior número de jornalistas mortos em 2012.  Renato Machado Gonçalves – fundador e coproprietário da Rádio Barra FM, rádio comunitária em São João da Barra – foi morto a tiros em frente à sua casa, no dia 8 de janeiro deste ano. Ele já teria sido atacado durante uma reunião política em outubro do ano passado.

O ano de 2012 registrou 141 mortes de profissionais de imprensa e o Brasil aparece empatado na quarta posição junto com o México, com 11 mortes. No topo da lista está a Síria, com 37 mortos, seguida da Somália, com 19 mortes, e do Paquistão, onde 12 jornalistas perderam a vida.

O número total corresponde ao aumento de 31% em relação a 2011, ano em que 106 jornalistas faleceram devido ao exercício da profissão, indicou a associação. Desde janeiro de 2008, o número de mortes de jornalistas chegou a 571, o que corresponde a dois jornalistas mortos por semana.

Já, segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), de âmbito mundial, o número de profissionais mortos em 2012 foi 43% maior que o de 2011. O relatório anual "Ataques à Imprensa" revela que 70 jornalistas foram mortos no mundo em 2012. A maioria das mortes, 28, foi na Síria, que vive um conflito desde março de 2011.

Vale lembrar que o número de jornalistas presos pelo exercício da profissão em todo o mundo chegou a 232 no ano passado - 53 a mais que em 2011 e recorde desde que o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, organização com sede em Nova York, começou a calcular essa estatística, em 1990.

As prisões, de acordo com o comitê, foram impulsionadas principalmente por acusações de "terrorismo e outras ações anti-Estado, adotadas contra repórteres e editores críticos".

O relatório incluiu, pela primeira vez, uma "lista de risco" com dez países onde a liberdade de imprensa decresceu e o Brasil está entre os primeiros do ranking (11º lugar). Em 2012, quatro profissionais da mídia foram mortos no País.

Uma das principais testemunhas da investigação do assassinato do jornalista Décio Sá, ocorrido em 2012, morreu em decorrência de uma infecção generalizada, na última quarta-feira, 13, em um hospital de São Luís (MA).

Ricardo Santos Silva, o Carioca, era suspeito de ter ligação com o grupo de agiotas que, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, ordenou o assassinato do jornalista, em um bar, em 23 de abril do ano passado. O Ministério Público do Maranhão denunciou 12 pessoas sob acusação de participação na morte do jornalista.

Carioca estava internado, sob custódia, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual Carlos Macieira em decorrência de um atentado que sofreu no dia 3 de janeiro.
No ataque, ele levou cinco tiros. A Polícia Civil investiga se o atentado foi uma tentativa de queima de arquivo.

Décio Sá foi morto a tiros em um bar na avenida Litorânea, na capital maranhense, na noite de 23 de abril de 2012.

Repórter de política do jornal "O Estado do Maranhão", que pertence à família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB), Sá mantinha havia cinco anos um dos blogs mais acessados do Estado. Nele veiculava textos sobre crimes e cotidiano. Na política, alinhava-se ao senador José Sarney.

Segundo as investigações, um dos crimes divulgados por Sá foi cometido pelo grupo de agiotas preso no último dia 13. Na versão policial, as matérias do jornalista estavam atrapalhando os negócios da quadrilha.

Quantos jornalistas morrerão em 2013?

Com infomações de agências de notícias