A música brasileira tem muitos ritmos. Samba, choro, maxixe, mas se bem quisesse, podia ter um só nome: Pixinguinha. Considerado por muitos nosso primeiro grande maestro, Pixinguinha é carioca do subúrbio, neto de africanos e criado ao som da viola.

Homem de vida simples, músico de obra grandiosa. O pseudônimo Pixinguinha veio do nome Alfredo da Rocha Viana Filho. A profissão de músico veio do talento revelado aos 16 anos. Ao longo da vida ele assinou mais de cem composições e fez dezenas de grandes amigos: Donga, João da Baiana, Braguinha. Alguns tão parceiros quanto fãs. Com os colegas fundou o grupo Caxangá. E nos anos 20 ganhou a Europa ao lado dos ‘oito batutas’.

Compositor que começou com o cavaquinho, passou para a flauta e por último ficou com o sax. Há quem diga que foi por causa da bebida, outra silenciosa e constante companheira. Ele mesmo disse que um dia acordou e cismou em mudar. No fim da história, não importava o instrumento. A virtude e o talento eram os mesmos!

Pixinguinha morreu no domingo de carnaval de 1973. Passou mal dentro de uma igreja. Reza a lenda que um bloco de rua entrou e cantou a grande obra dele, ali mesmo, diante da sacristia. Se é verdade, ninguém confirma. Mas hoje, 40 anos depois, toda vez que alguém toca ‘Carinhoso,’ mesmo sem saber, presta uma homenagem a Pixinguinha e à música brasileira.