A Política do Personalismo

16/02/2013 04:52 - Fleming
Por Redação
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Por Alexandre Fleming

Não vai haver revoado no PSOL, tampouco nos demais partidos do país. Muito pelo contrário! As expectativas dessa virtual movimentação política, em nome de um suposto "novo" ativismo, estão sofrendo inúmeras negativas de setores e personalidades importantes.

Evidente! Nenhum partido ou personalidade em si mesma mudará a realidade política do país – quanta pretensão –, muito menos à construção de mais um partido político para viabilizar uma candidatura que supostamente pretende revolucionar a política brasileira. Somente uma séria reforma política será capaz de apresentar soluções reais para os graves problemas do sistema político atual.

Nossa jovem democracia, outrora retomada a partir de um turbilhão eleitoral com mais de 20 chapas inscritas a presidência da república em 1989, volta a sofrer. Se antes, essa dispersão de projetos políticos possibilitou a ascensão de um projeto messiânico com traços megalômanos, expressos na figura de Fernando Collor de Mello, hoje, é a polarização entre PT versus PSDB, quem novamente possibilita outros projetos personalistas.

Que a vereadora Heloísa Helena (ex-candidata a presidência da república) está deixando seu atual partido para cair na "REDE" de Marina Silva é tão claro quanto óbvio, de fato. Ela sabe que precisa voltar ao cenário nacional ou “amargará” sua terceira eleição consecutiva à câmara de vereadores em 2016. Então, está evidente que a intenção é – devido a derrota eleitoral de 2010 – buscar, em 2014, uma vaga no congresso nacional como deputada.

Já Marina Silva restará à tarefa de tentar ocupar esse espaço político aberto, devido a já saturada e anteriormente citada polarização, disputando novamente a presidência da república.

Em 2012, Heloísa Helena foi eleita graças aos votos do PSOL (mais de 20 mil votos conquistados pelo partido), diferente de 2008 quando sozinha fez 29 mil votos e o PSOL, naquele momento, apenas pouco mais de 1.600 votos. Ou seja, de 2008 para 2012, Heloísa Helena perdeu mais de 10 mil votos disputando uma das 21 cadeiras da Câmara Municipal de Maceió, enquanto o PSOL adquiriu mais de 20 mil votos em Maceió.

Por sua vez, restará, a Heloísa Helena, diante de uma nova possível derrota política eleitoral em 2014, sonhar com a renovação do seu mandato em 2016. E, até lá, evidentemente, aqueles 29 mil votos de 2008, assim como, os atuais 19 mil votos obtidos em 2012, vão expressando a sua precoce atrofia eleitoral.

A criação de uma nova legenda partidária é, portanto, a afirmação do seu erro político histórico, quando, em 2010, abriu mão de ocupar um protagonismo político, que, naquele momento, poderia vir a ser de Heloísa Helena, disputando novamente a presidência da república e consolidando um projeto coletivo que originou e afirmou o PSOL em 2006 no cenário nacional, com seus mais de 6 milhões de votos.

Entretanto, preferiu sair à disputa de uma vaga (para si) ao senado em Alagoas, tropeçando com as mãos durante um debate na Universidade Federal de Alagoas, quando se negou a cumprimentar um adversário, entre outros erros de postura e discurso.

Heloísa Helena e Marina Silva caminham juntas para um possível gueto personalista, sem projeto político coletivo para o país e presas a um discurso meramente moralista, sem suporte de militância real, porém, “donas” absolutas de seus próprios projetos partidários.

Estou no twitter: @Fleming_al

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