A atriz Débora Falabella esteve em Santos, no litoral de São Paulo, no último fim de semana, para apresentar a peça ‘O amor e outros estranhos rumores’. Em conversa exclusiva com o G1, a atriz, recém-saída de uma das novelas de maior audiência da TV brasileira, 'Avenida Brasil', falou sobre projetos para 2013 e os novos rumos da carreira.

Débora está se preparando para produzir o filme ‘Dois Macacos mais um’, em parceria com o ator e diretor Rafael Primot, com quem trabalhou no curta metragem ‘Doce amargo’, em 2009, último trabalho do gênero que fez. “O ultimo curta que eu fiz foi meio que um ensaio para um filme que, provavelmente, a gente vai fazer esse ano. É um projeto com produção também minha, junto com o Rafael”, revela.

Durante a carreira, a atriz fez cinco curtas metragens. Para Débora, o espaço para exibição desse tipo de produção ainda é restrito a alguns festivais e canais de TV. “Não sei se teria que fazer um programa para ser exibido antes de um filme, ou criar uma execução como existe em festivais de curtas metragens. É complicado mesmo. Fica mais distante. É um produto mais difícil de ser vendido pelo tempo, que é menor, por ser, às vezes, mais autoral”, afirma.

Apesar de garantir que não tem muito conhecimento técnico do assunto, Débora afirma que observa muitas coisas interessantes no mercado de roteiros escritos no Brasil. “Acho que um roteiro bom talvez seja o primeiro ponto de partida de um trabalho. Eu leio muita coisa e leio muita coisa que não me inspira. Quando um roteiro é bom, você lê de uma vez. Eu não conheço muito, não tecnicamente, mas eu sei quando algo me atrai ou não como artista, como espectadora. A gente vive momentos muito instáveis com roteiro, têm épocas que temos muitos filmes bons, muito interessantes, outras não”, explica.

A atriz vê nos roteiros o ponto inicial para bons trabalhos. “Fico vendo hoje em dia, tanto no cinema, quanto em séries e novelas. Acho que hoje em dia o que pega o público são os roteiristas e são os escritores. Posso falar de uma coisa que eu fiz recentemente que foi uma novela que teve uma dramaturgia muito sofisticada para o público. O João Manoel escreve mesmo diferente. Ele é algo novo que está chegando na TV. Acho que essa é a primeira coisa. Acho que a partir de um roteiro bom todo mundo acaba indo junto com a história. Com a novela aconteceu isso. Era um roteiro muito inovador, onde tudo aconteceu junto. A direção também ousou. A gente teve liberdade na atuação. Tudo foi um pouco diferente a partir de um roteiro muito bom”, comemora.

Débora estreou no cinema em 2002, com o longa metragem ‘Dois perdido em uma noite suja’, obra adaptada para o cinema inspirada na peça de Plínio Marcos, autor santista morto em 1999. Na adaptação, Paco, personagem vivido por Débora, é uma mulher, diferente da peça. “Quando fui fazer, fui ler coisas sobre ele. Li mais algumas coisas dele. Foi um dos filmes que eu mais gostei de ter feito. Eu gosto muito da adaptação. Foi uma adaptação completamente livre para o cinema de um texto que eu já conhecia, já tinha assistido uma montagem. Acho muito interessante quando um texto de teatro consegue ser adaptado para o cinema, não seguindo à risca o texto original e ainda chegando ao público de forma interessante”, diz.

Sem nenhum trabalho em vista para a TV, Débora conta que não viu a maioria dos filmes indicados ao Oscar, mas tem uma torcida em especial. “Vi o Tarantino que eu gostei bastante, mas não vi a maioria dos filmes. Não tenho muito como ter uma indicação. Sou fã do Tarantino, sempre torço muito, gosto da estética das coisas que ele faz”, encerra a atriz.