Em 1970 quase acontecia uma tragédia com uma delegação do Centro Sportivo Alagoano que viajava para Caruaru. O ônibus virou e muita gente saiu machucada.

O Trapichão ainda não havia sido inaugurado. O goleiro Zé Galego estava em grande forma, mas seu contrato não tinha sido renovado com o Centro Sportivo Alagoano. Já se falava na sua convocação para a seleção alagoana que participaria da inauguração do novo estádio contra o Santos de Pelé. Zé Galego tinha condições de ser titular e, por isso, não se descuidava nos treinamentos e queria jogar sempre, mesmo sem contrato.

Naquela semana, o CSA tinha um compromisso com o Central de Caruarú pelo Nordestão. No sábado, o ônibus saiu do mutange com a delegação e destino ao interior pernambucano. Era um micro ônibus dirigido pelo torcedor azulino Bonifácio. Para aumentar a tragédia, quando Bonifácio passou pela Fabrica Alexandria, convidou outro torcedor do CSA para acompanhar a delegação. Era Zagalo, também motorista da Empresa que ia levar os jogadores azulinos para o jogo contra o Central.

Quando o ônibus passou por Messias, um carro pequeno tentou ultrapassar o veiculo da delegação alagoana e provocou o acidente. Bonifácio perdeu o controle do ônibus que caiu numa ribanceira. Quando Zé Galego sentiu o problema, já estava debaixo do ônibus. Muita gente ajudou aos feridos. O pior é que quando tentavam levantar o veiculo por um lado, machucava mais alguém que estava no outro lado.

Os feridos mais graves eram quatro. O zagueiro Paranhos, o primeiro a ser socorrido e levado para o Hospital com queimaduras nas pernas devido ao derramamento de óleo do motor. O ponteiro Caroço estava com problemas na bacia e, merecia cuidados especiais. O torcedor Zagalo que ia de carona, teve um dos braços amputado. Zagalo era motorista, não estava em serviço e terminou sendo a tragédia maior. Zé Galego viu seus sonhos de jogar na inauguração do Trapalhão sumir naquela noite negra. O goleiro teve duas fraturas no braço. Muita gente achou que ele não iria mais jogar futebol. Pensaram errado. A força de vontade em se recuperar e o amor que tinha pela profissão, fez com que Zé Galego se recuperasse e voltasse a ser o grande goleiro que sempre foi. Todos se recuperam. Mas, um ficou marcado para sempre. Zagalo, que teve seu braço amputado, teve profundas marcas da fatalidade.