No dia 26 de janeiro, a Usina Hidrelétrica de Angiquinho, a primeira do Nordeste, comemora o seu centenário. O local, situado no município de Delmiro Gouveia, é um dos principais cartões postais da cidade e representa o pioneirismo e a ousadia do industrial Delmiro Augusto da Cruz Gouveia. Cravada nos paredões rochosos, a usina fornecia energia elétrica para a Vila da Pedra, lugarejo que originou a cidade de Delmiro Gouveia.

Para celebrar a data, a Fundação Delmiro Gouveia (Fundeg), que é responsável pela preservação do local, preparou uma programação especial. Já no dia 21 a antropóloga alagoana Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros e o professor Elcio de Gusmão Verçosa participam da aula inaugural na Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Campus Sertão que tem como tema “Desenvolvimento do sertão do Nordeste: Industrialização e Educação”. A antropóloga ministra a aula também no campus de Santana do Ipanema.

No dia 26 acontece a solenidade oficial, às 10h, no sítio histórico, com o lançamento da Coleção Pensar Alagoas, organizada pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos, contendo os livros “O Pioneiro de Paulo Afonso”, de Tadeu Rocha, e “O Ninho da Águia”, de Adalberon Cavalcante Lins. O evento reunirá autoridades estaduais, municipais e regionais. À noite o cantor Eliezer Setton embala o público na Praça da Igreja Nossa Senhora do Rosário.

Para o historiador Edvaldo Nascimento, um dos pesquisadores do legado de Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, o centenário da Usina de Angiquinho é um marco para a história e a cultura não só de Alagoas, mas do país. “A Usina de Angiquinho representa a concretização do legado de Delmiro Gouveia, um homem a frente do seu tempo que conseguiu proporcionar uma revolução ao gerar energia elétrica nesta região. Angiquinho representou uma nova fase da história econômica e social da região do semi-árido nordestino, bem como é a expressão da capacidade do povo sertanejo”, ressalta.

A trajetória de sucesso conferiu ao sítio uma carga cultural e histórica que lhe rendeu o tombamento pelo Governo do Estado de Alagoas no ano de 2006. Agora o local está em processo de tombamento nacional. Edvaldo ressalta que encontra-se na em andamento na Superintendência do Iphan Alagoas o processo solicitando o tombamento nacional do local.“Queremos este reconhecimento pelo seu valor histórico, ambiental e por representar um imenso potencial turístico para a região”, falou o pesquisador.

Edvaldo explica que o reconhecimento nacional será um grande marco na história de Delmiro Gouveia. “O tombamento nacional será um grande marco porque Angiquinho passará a ser patrimônio turístico e cultural não só de Alagoas, nem da Bahia, mas do Brasil, o que nos causa imensa satisfação e orgulho”, frisa. O centenário de Angiquinho está sendo realizado numa parceria entre a Fundeg, Chesf, Iphan, UFAL, Prefeitura de Delmiro Gouveia, Prefeitura de Paulo Afonso e Governo do Estado de Alagoas.