O ministro da Energia, Edison Lobão, negou nesta terça, 8, que exista a possibilidade de um racionamento de eletricidade no país, embora tenha admitido problemas devido à escassez de chuvas, que afetam as usinas hidrelétricas. Lobão, nesta quarta, 9, se reunirá com diretores de empresas e organismos públicos do setor elétrico, a fim de discutir a situação, que diferenciou da crise sofrida pelo país em 2001, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Momento em que uma forte seca quase paralisou as represas hidrelétricas e levou o governo a impor um racionamento de energia.

Lobão reconheceu que a redução de tarifas prevista "talvez " precise ser adiada, mas assegurou que tentará manter os cortes anunciados no ano passado.
Os reservatórios de água nas hidrelétricas atualmente usam em média 30% de sua capacidade, um nível semelhante à situação vivida em 2001.

No entanto, embora a energia encareça, a capacidade das termoelétricas dobrou nos últimos dez anos, o que garantiria o abastecimento, informaram especialistas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
"Nenhuma possibilidade de racionamento. Nenhuma possibilidade de desabastecimento" de eletricidade, declarou Lobão a jornalistas, respondendo a rumores sobre uma possível apatia que ontem derrubaram as ações das empresas do setor na Bolsa de São Paulo.

O ministro admitiu, no entanto, que os problemas nas hidrelétricas, que geram quase 50% da energia consumida no país, podem afetar uma redução das tarifas de eletricidade que o governo tem prevista para o fim deste mês, mediante diversos incentivos fiscais.

A presidente Dilma Rousseff anunciou no ano passado que o preço da eletricidade para consumidores industriais e residenciais cairá a partir do fim deste mês em média 20%, visando, entre outras coisas, reduzir custos de produção e garantir mais competitividade às exportações nacionais.

Mas, segundo cálculos da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), na atual situação um corte de tarifas dessa dimensão é "impossível". Até agora, para atenuar as deficiências que a falta de chuvas geram nas hidrelétricas, o governo autorizou o uso de geradoras termoelétricas, que encarecem o preço da energia.