Mandar SMS andando é a atividade mais perigosa em ruas metropolitanas, aumentando em até quatro vezes a chance de a pessoa ficar distraída e ignorar sinais de trânsito. Pesquisadores também descobriram que as pessoas mandando mensagem enquanto caminham demoram mais tempo para conseguir atravessar em grandes cruzamentos. As informaçoes são do Daily Mail.
O estudo mostra que uma em cada três pessoas que caminhavam em Seattle, nos Estados Unidos, estavam usando o smartphone ou fazendo outras atividades que as distraíam enquanto tentavam atravessar a rua. Foram analisados mil pedestres em 20 cruzamentos movimentados para o estudo do Centro Harborview de Pesquisa e Prevenção de Lesões, da Universidade de Washington.
Para a professora Beth Ebel, que chefiou a pesquisa, deveria haver uma política de "baixa tolerância" com as pessoas que usam o celular e andam ao mesmo tempo, assim como há leis que proíbem motoristas de falar ao telefone ou mandar SMS enquanto atrás do volante. Isso porque pedestres distraídos também são muito propensos a se envolver em acidentes.
"Há alguns anos, ninguém pensaria duas vezes sobre beber uns drinks antes de entrar no carro e dirigir de volta para casa. Mas hoje as pessoas entendem os riscos, e temos que levantar a mesma preocupação em uma era com distrações cada vez maiores", defende. "Talvez precisemos de campanhas publicitárias para levar a mensagem (às pessoas)", completa.
Mexer no celular, assim como ouvir música com fones de ouvido têm sido duas atitudes a preocupar os especialistas em segurança e os pesquisadores. Psicólogos alertam que as pessoas envolvidas nessas atividades têm "atenção dividida" ou "cegueira não intencional".
No estudo conduzido por Beth e seus companheiros, falar ao telefone ou mandar SMS, ouvir música, conversar com outras pessoas e prestar atenção em crianças ou bichos de estimação foram as atividades distrativas mais observadas, e atingiram quase 30% das pessoas que cruzavam a rua. Um a cada dez pessoas ouvia música, e 7% dos pedestres estavam mandando mensagens de texto. Outros 6% falavam no celular.
Além de ignorarem mais os semáforos, os pedestres mandando mensagens de texto também foram mais propensos a atravessar em diagonal e a não olhar para os dois lados. Eles também demoravam até 2 segundos para atravessar os cruzamentos de três a quatro pistas. Em comparação aos que prestavam atenção no cruzamento e conseguiam atravessar a rua em 0,75 segundos, os distraídos levaram em média até um 1,30 segundos.
A demora era um pouco menor entre os que ouviam música, mas eles também foram menos propensos a olhar para os dois lados antes de atravessar. Nesse último quesito quem vence são os pedestres com crianças ou animais de estimação, que tiveram uma taxa três vezes maior de falta de atenção aos dois sentidos de fluxo da estrada.
"Os observadores (do estudo) eram estudantes e eles ficaram pasmos com o que viram. Isso os fez pensar, e acredito que as escolas também deveriam conduzir exercícios assim, para alertas as crianças sobre os riscos de andar distraído", sugere a professora da Universidade de Washington. Segundo ela, a maior parte dos que mandavam SMS enquanto atravessavam a rua eram adolescentes e jovens.
Beth também sugere campanhas como as que se faz para incentivar o uso do cinto de segurança ou alertar sobre as leis de trânsito. "O problema é que o telefone toca e elas (as pessoas) atendem onde quer que estejam, sem perceber que precisam de toda a concentração em uma situação potencialmente perigosa", resume a pesquisadora.