Além do SUS temos uma demanda dos planos de Saúde- afirma Janaína que é enfermeira Maternidade Escola Santa Mônica.
Não temos atenção básica. Não temos PSF. Muitas vezes a gente não tem nem o que vestir nos pacientes. Estamos vivenciando, cotidianamente, uma violência velada. Como é que estamos tratando o nascer? Nosso índice de infecção é altíssimo. As parturientes da Santa Mônica ficam tristes e depressivas- conclui.
Elisangela que é enfermeira obstetra e coordenação plantonista do pré-parto endossa: Nosso índice de licença médica do trabalho é altíssimo. O motivo principal é quase sempre o stress acarretado pelas péssimas condições de trabalho, dificuldades financeiras, ausência de segurança.
Aqui na Santa Mônica falta Dipirona, Buscopan composto, os insumos necessários. Como uma Maternidade pode ser considerada de referência se até o básico falta?- pergunta a enfermeira-chefe.
Nós temos buracos em todos os setores da Maternidade. Mesmo com todo amor, os funcionários da Santa Monica estão ficando hipertensos. Mil e poucos funcionários vivem esse stress diário. O pré-natal está de péssima qualidade. A rede básica de saúde não funciona.
A neo é o termômetro da Santa Monica. É o indicador de que alguma coisa não está certo- sintetiza a funcionária.
Esses relatos foram feitos durante a visita do Fórum de Judicialização da Saúde à Maternidade Escola Santa Mônica, que aconteceu na segunda (03) de dezembro. Localizada no bairro do Poço, em Maceió,AL, a Santa Monica é referência para gestantes de alto risco.
Segundo, o corregedor-geral do Tribunal de Justiça do estado de Alagoas e coordenador do Fórum, desembargador James Magalhães: O Fórum é uma iniciativa do Poder Judiciário Brasileiro, com o objetivo de apresentar a visão do Judiciário sobre questões que envolvem o Direito da Saúde, e, é formado por gestores da Saúde e representantes de diversas instituições e do Tribunal de Justiça e traz como objetivo ser um instrumento facilitador para que o sistema de saúde venha trabalhar a contento."
A convite da vereadora Heloísa Helena, a coordenadora do Instituto Raizes de Áfricas, Arísia Barros.
E agora, Governador? A Maternidade Escola Santa Mônica grita por socorro.