Contratar um funcionário para integrar os quadros de uma empresa não significa apenas fazer uma seleção entre os melhores currículos apresentados. As agências que fazem recrutamento de pessoas habilitadas para determinada área, hoje, vão além da sua qualificação profissional e entram no “lado pessoal” do candidato. Avaliação psicológica, cruzamento de informações profissionais e dados sobre a família fazem parte de alguns itens utilizados na triagem para conhecer o interessado.
Segundo a gestora de Recursos Humanos, Rejane Leão, durante a seleção, além dos itens citados, a busca por boas referências do candidato em empresas anteriores é um ponto positivo. Rejane explica que em sua agência de recrutamento, para escolher uma pessoa, é adotado o critério de “indicação de firmas conhecidas”.
Segundo ela, a seleção se torna mais fácil quando a pessoa interessada já tenha sido empregada em locais conhecidos.
“Nós buscamos saber como essa pessoa entrou na empresa, como foi o comportamento durante o tempo de trabalho, como foi a sua atuação no setor e principalmente o seu relacionamento com os demais funcionários”, coloca Rejane.
Porém, nem mesmo essa investigação minuciosa evita que empresas venham a ter prejuízos ou sejam alvos de ações criminosas praticadas pelos próprios funcionários. Os casos de assaltos a estabelecimentos comerciais que contam com a participação de funcionários são constantes, em Maceió. Recentemente, um caso envolvendo funcionários chamou a atenção da Polícia.
Um grupo de traficante planejava roubar a Mcdonald´s, no bairro da Jatiúca, com informações de um ex-funcionário e um funcionário. De acordo com a Polícia Civil, a quadrilha iria invadir o local durante a madrugada e roubar uma quantia de R$ 75 mil, que estava guardo no cofre. O grupo sabia que neste horário, os seguranças do estabelecimento não estavam armados.
Outro tipo de crime envolvendo funcionários também tem crescido. Um levantamento feito pelo Centro de Pesquisa do Varejo apontou em 2011 que cerca de 43,4% dos furtos registrados em supermercados foram praticado por funcionários.
Mesmo com os riscos, a gestora de RH afirma que não é feita uma investigação profunda com relação ao envolvimento dos candidatos em crimes e que as indicações de outras empresas é o que diferencial entre os selecionados.
“Não está escrito no funcionário que é esse bom, esse é ruim, esse rouba e esse é honesto. Infelizmente, o que temos como análise hoje, é o histórico de trabalho e algumas referências familiares”, disse Rejane.
Nada consta
Para evitar complicações futuras, a empresária Bárbara Tenório, que comanda uma empresa com mais de 150 funcionários, garante que durante a seleção é solicitado dos candidatos a apresentação da certidão negativa – Nada Consta. “Além dos outros requisitos solicitados para cada cargo, como escolaridade e experiência na área, o nada consta é solicitado e pode desclassificar o candidato a vaga, caso apresente alguma restrição”, completou.
Investigação nas Redes sociais
Diferente da seleção tradicional, a qual muito interessados a uma vaga de emprego estão acostumados, as redes sociais são utilizadas por empresários para selecionar e angariar o candidato mais adequado ao posto. Hoje, as agências de recrutamento analisam aspectos negativos e positivos postados nas redes sociais, como Facebook, Twitter e Orkut.
Linkedln
Para a social media, Mariana Lima, o Linkedln é a rede social mais utilizada por grupos empresariais para conhecer os currículos e opiniões de usuários sobre determinadas áreas. Porém, a investigação do candidato na internet não se limita apenas durante a seleção.
Segundo a especialista, empresas já contrataram seus serviços para monitorar as páginas das redes sociais dos funcionários efetivos.
“Eles tinham um acordo de que os funcionários não poderiam comentar sobre o que acontecia dentro da empresa e realizei esse trabalho para monitorar o comportamento dessas pessoas nas redes”, afirmou
“É difícil você saber quem está dentro de sua empresa, até que você conviva com ela”, garante Rejane.