A forte seca que atinge o sertão alagoano e que se agrava a cada dia, ameaçando outras regiões do Estado, foi novamente debatida pelas autoridades. Uma reunião na sede da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), contando com a presença do governador em exercício José Thomáz Nonô, prefeitos eleitos e atuais, discutiram o combate à situação periclitante.

Substituindo o governador Teotônio Vilela Filho, o vice José Thomaz Nonô, descreveu a situação do sertão alagoano, atingido pela forte seca como de “Terror”. “Sobrevoei a região do sertão na última semana e constatei uma situação terrível. Praticamente não se vê água para atender uma demanda tão grande de habitantes”, disse.

Nonô ainda destacou que a seca que atinge cerca de 36 municípios do sertão e alto sertão, está se agravando e se espalhando, podendo chegar a zona da mata e atingindo até a zona metropolitana do Estado.

Diante da situação, o governador em exercício exaltou o trabalho do governo estadual em parceria com o governo federal, reforçou que os recursos serão totalmente repassados para a área de necessidade, bem como pediu a redução na morosidade e burocracia no processo para liberação das verbas.

“Estamos discutindo as melhores formas para resolver essa situação. A presidente Dilma já se mostrou sensibilizada com a causa e não irá medir esforços para a liberação das verbas, mas precisamos de agilidade nesse processo”, disse Nonô, que lamentou a situação de moradores, agricultores da região, além da perda de gados e da situação difícil da bacia leiteira.

Os gestores presentes consideraram a seca atual, como a pior que atingiu Alagoas nos últimos 70 anos. Ações para reduzir os efeitos da seca não são poucos, uma vez que foram realizadas aquisições de 10 conjuntos de bombas para captar e distribuir água através de carros pipa, serviço avaliado em R$ 240 mil, além da limpeza de barragens, atingindo 45 açudes, serviços esse orçado em R$ 1,43 milhão e a aquisição de 6,6 toneladas de bagaço de cana para alimentação animal, no valor de R$ 330 mil.

O presidente da AMA, José Palmery Neto destacou o trabalho do governo e ao mesmo tempo cobrou mais atitude dos gestores municipais. “Os prefeitos estão trabalhando, a situação não é fácil, mas todo o trabalho é pouco quando a situação chega a esse nível”, disse.

Outro gestor, Avânio Feitosa, prefeito de Belo Monte, lamentou a falta de políticas públicas e a preparação para situações deste tipo. “A falta de políticas públicas acaba sendo agravada numa seca como essa. Em Belo Monte, aproximadamente 70% da população está sem água”, criticou.

Segundo o Plano de Emergência do Governo Federal, através do Comitê Integrado de Combate á Seca, confirmou que R$ 10 milhões já foram investidos no combate a seca em Alagoas e que existe a expectativa de que novos recursos, na mesma quantia ou superior, sejam destinados ao Estado, visando amenizar o cenário atual.