O Governo Federal faz de conta que se preocupa com o estado lamentável dos presídios de segurança mínima. Historicamente, se empurra com a barriga um sistema infeficaz e ineficiente, uma massa falida, diga-se, vergonhosíssima para o País. Quem se liga no noticiário, em programas de TV, com reportagens mais profundas, desnudando o atual sistema prisional, já sabe há muito tempo da realidade. As condições desumanas. A falta de redirecionamento de verbas. As administrações penitenciárias, excetuando as de segurança máxima, estão claudicantes e engessadas. Passagens interessantes com cadeias administradas pelos próprios detidos, nos rincões do Brasil. Para não citar outras atrocidades, como estupros de menores que nem são detentos. No universo medonho da carceragem nacional.
É como se o governo federal fechasse os olhos para não ver. E, assim, o conformismo alimentasse a letargia da sociedade. Comissões de parlamentares já testemunharam in loco, em âmbito nacional, as péssimas condições dos presídios. Relatórios são produzidos, além de debates e seminários sobre o assunto.
E as medidas providenciadas? Tudo parece não dar resultado. Bloqueio ineficiente de sinal de celulares, maior rigor nas revistas, humilhantes para os honestos, e frouxa para os contatos dos bandidos que levam celulares e drogas para dentro das jaulas inchadas dos presidiários.
Bem como, a tal saída de Natal, que agora, repetindo, agora, parece que terá um maior filtro para liberar os menos perigosos. O que deveria ser o óbvio e, mesmo assim, sem nenhuma garantia de que eles retornarão às celas. O uso das tais tornozeleiras, de questionável eficiência, pois já houve registro de detento que conseguiu remover e não houve tempo hábil para a polícia imediatamente prendê-lo, entre outros fiascos já registrados.
Sim, podem argumentar que já foi muito pior. O ícone Carandiru foi derrubado. Mas não basta derrubar. E depois construir mais depósitos de seres humanos.
Em Brasília, por exemplo, o conhecido presídio da Papuda tinha um programa no qual ofertava-se trabalho para os detentos. Confeccionavam bolas de futebol e aqueles coletes utilizados para diferenciar um time do outro.
Pois bem, a atual gestão do Distrito Federal, deu o péssimo exemplo de findar um contrato com os presos na aquisição desses materiais esportivos. Um exemplo que não deve ser seguido por nenhum governo estadual.
Ao invés de haver um progresso na ressocialização do indivíduo condenado pela Justiça, mais uma vez nos deparamos com medidas marqueteiras. Ou pior, o uso político da pior espécie para chamar a atenção da situação que governos anteriores e contemporâneos empurram com a barriga.
Mais investimento na Educação e reforma do sistema prisional. Já!!!!