Por falta de médicos, os novos pacientes que forem diagnosticados com Aids e HIV não serão mais atendidos pelo Hospital Hélvio Auto, que é gerenciado pelo governo do estado de Alagoas. Em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (13), os diretores anunciaram a medida e garantiram apenas a sequência do tratamento aos pacientes que já recebem assistência médica.
Apesar da Universidade Estadual de Ciência da Saúde de Alagoas (Uncisal) ter aberto edital para contração de médicos infectologista, apenas uma vaga foi preenchida. A queixa dos médicos é em decorrência ao baixo salário ofertado pelo governo de Alagoas. Os profissionais que atuam em ambulatórios recebem, em média, R$ 2 mil. Já em algumas prefeituras ou no setor privado, o valor passa de R$ 8 mil.
“Atualmente, estamos trabalhando com demanda superior a nossa capacidade. Temos 1.700 pacientes recebendo atendimento. Tentamos outras medidas, mas não tivemos sucesso. A falta de um Plano de Cargos, Carreiras e Subsídios (PCCS) prejudica diretamente o nosso trabalho”, lamentou a reitora da Uncisal, Rozangela Wyszomirska.
Ainda segundo a reitora, os novos pacientes serão encaminhados ao PAM Salgadinho - da Prefeitura de Maceió - e ao Hospital Universitário, do governo federal. “Espero que com o novo edital, que será lançado nos próximos dias, a carência seja suprida. Repito, essa foi a única medida que restou. No Hélvio Auto, trabalhamos com 50% a menos de médicos infectologista”, esclareceu.
Por ano, em média, o hospital que é referência no estado recebe 250 novos pacientes com HIV ou Aids. Hoje, quatro médicos deveriam trabalhar com os infectados, mas duas profissionais estão de licença médica. Além da reitora, a coordenadora do serviço de assistência especializada, Mardjane Lemos, também participou da coletiva.
Os infectologistas do hospital recebem R$ 25 por hora trabalhada.