A Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro informou que as favelas de Manguinhos e de Jacarezinho, no subúrbio do Rio de Janeiro, foram totalmente dominadas pelas forças policiais que realizam, desde a madrugada deste domingo, uma operação de pacificação nas comunidades. Não houve confrontos e as polícias, com apoio dos Fuzileiros Navais e de efetivos da Polícia Rodoviária Federal, não encontraram resistência para dominar os territórios. A ação nas duas comunidades durou apenas 20 minutos.

Segundo o coronel Frederico Caldas, relações públicas da PM, a ação em Manguinhos durou cerca de dez minutos. Mais cedo, por volta das 6h30, a Polícia Civil disse que a região de Jacarezinho havia sido totalmente dominada. "O principal indicador de sucesso é a retomada de território, sem vítimas. A máxima da política de pacificação é o mínimo de efeito colateral. Agora vamos atuar com o nosso serviço de inteligência para fazer prisões e mais apreensões de armas e drogas", disse o coronel Caldas.

Por volta das 7h, contêineres chegaram à Favela de Manguinhos, para a instalação da base do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque da PM. Até o momento, o Bope afirma ter apreendido um fuzil, 14 munições de fuzil, 12 carregadores de fuzil, dois coletes iraquianos, duas placas de colete nível 3, meio quilo de pó branco, um facão, um caderno do trafico, 15 cápsulas vazias de cocaína, dois coldres. A polícia disse que também foram achados 10 kg de pasta base de cocaína e uma quantidade não divulgada de skank.
 

O delegado disse também que diversas motos e veículos roubados foram recuperados. "São pelo menos 30 anos de desmando nessa localizada, todo tipo de criminosos, a população convivendo com isso. Nós vamos cada por casa retirá-los, para que eles não perturbem mais a população"

De acordo com Frederico Caldas, não há registro de prisões até o momento. "Agora é um processo meticuloso de busca de drogas, de armas, e a prisão de marginais", afirmou.

"A situação é de absoluta tranquilidade, não houve qualquer registro de incidente. Mas a gente sempre está preparada para qualquer cenário. Ainda bem que não houve qualquer tipo de resposta. Entretanto, no entorno, é preciso que as pessoas estejam portando seus documentos, para facilitar o trabalho das polícias", completou.

Mais de dois mil homens das forças policiais e do Exército participam da operação nas favelas de Jacarezinho, Manguinhos, Mandela e Varginha. A ação tem o apoio de 24 veículos blindados, sendo 13 da Marinha e 11 da Polícia Militar, além de sete aeronaves da Polícia Rodoviária Federal, da PM e da Polícia Civil. Segundo a Secretaria de Segurança, este é o primeiro passo para a implantação de uma UPP em Manguinhos.

Em pronunciamento junto com outras autoridades policiais, o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse não achar estranho o fato de não ter ocorrido prisões neste domingo. "Nós não estamos preocupados de fazer de um bandido um troféu da polícia. Prender é importante, mas mais importante é devolver um território a 70 mil pessoas sem disparar uma arma de fogo e sem derrubar uma gota de sangue".

Segundo Beltrame, cada operação de ocupação em muitas particularidades. "Cada operação é muito diferente da outra. Para mim o ponto alto desta foi a inteligência policial". Ele disse ainda que é muito difícil saber onde estão todos os fugitivos, mas que a polícia trabalha para isso. "É muito difícil, é muito complicado. Posso dizer que existe um acompanhamento, pessoas dedicadas a isso 24 horas por dia. Há um histórico de boas intervenções"