Em laudo divulgado nesta sexta-feira (5) pelo Corpo de Bombeiros, os peritos apontam que a pane em dois aparelhos de “no break” provocou as chamas no prédio do Ministério da Fazenda, na noite do último dia 26 de agosto, em Belém. Segundo a perícia, o incêndio foi acidental e não teve a participação de terceiros.
O fogo que tomou o edifício, localizado na rua Gaspar Viana, centro da cidade, começou no oitavo andar. Segundo os bombeiros, os aparelhos que entraram em combustão estavam no mesmo pavimento, a uma distância de cinco a oito metros um do outro. Como o prédio não contava com estrutura de isolamento de incêndio, o que impossibilitaria que as chamas de um compartimento se alastrassem para os demais, o fogo entrou em contato com papeis e mobília de madeira e rapidamente tomou o edifício, que teve metade de sua estrutura atingida.
Segundo os peritos, dois vigilantes que estavam no local teriam subido até o pavimento, mas não conseguiram identificar de qual sala saía a fumaça, já que todos os compartimentos estavam trancados. A demora na identificação do incêndio teria sido um dos fatores que favoreceram a propagação das chamas. “Os vigilantes desceram, e apenas da rua conseguiram visualizar as chamas. Só depois disso o Corpo de Bombeiros foi acionado”, explica Daniel. “Essa demora foi crucial para que o fogo se propagasse. Quando os Bombeiros chegaram, o incêndio estava generalizado”, conclui.
Sobrecarga de energia e fiação elétrica antiga são fatores agravantes
Apesar de o laudo apresentado se restringir às determinações das causas e da propagação do incêndio, os peritos apresentaram algumas hipóteses do que poderia ter provocado o incidente.
O fogo teria iniciado após o retorno brusco da transmissão de energia, que havia caído momentos antes do começo do incêndio. “Há a hipótese de que a sobrecarga de energia, quando a luz voltou, possa ter culminado da combustão dos aparelhos”, explica o tenente-coronel BM Daniel, diretor de Serviços Técnicos dos Bombeiros.
Outra possibilidade, segundo os Bombeiros, é a de que a falta de manutenção na fiação elétrica do prédio tenha facilitado a pane. “A construção é do final dos anos 70. Então não descartamos a hipótese de falta de manutenção, além da sobrecarga de equipamentos ligados ao circuito elétrico do prédio”, diz o coronel.