Lindo, feminino e comercial. Assim, fica demonstrado que é possível fazer moda de um jeito elegante e usável, ainda sem perder a modernidade. A dupla Paolo Piccioli e Maria Grazia conseguiu reproduzir o clima do Valentino Garavani como nunca. Verdade que quando começaram, há uns dois anos, também tentaram se libertar, como fazem vários designers substitutos – era um tal de volumes e moulages, nada a ver com o original.

Hoje, no entanto, eles deram um show na passarela em U quadrado. Vestidos-combinação de renda (sim, renda, material pouco visto em Paris), modelos ajustados por cortes destacados por bainhas abertas (foi a impressão que deu), interferências de recortes em U nas saias e peitilhos de renda nas blusas. Muito, muito, branco, como gostava o Valentino. Ele dizia que era cor de milionária, mulheres que só andam de carro com motorista, não se sujam nas ruas e podem pagar a tinturaria de um casaco de lã branca. E o vermelho? Aí mora o quase do título. Porque o vermelho do próprio Valentino, ansiosamente aguardado pela plateia (chegavam a suspirar quando entrava a série), era sexy e glamouroso. O vermelho da dupla nova tem mangas compridas e decote fechado.

Houve quem achasse o desfile meio chato, por causa da música, meio coral meio religiosa. Mesmo assim, Chanel e Valentino, sem dúvida, até agora são os tops da semana.