Médica que colou olho de criança faz acordo e pagará R$ 2.000 em cestas básicas
A médica Raquel Pedrosa, que colou o olho do menino Bruno Lima Furtado, de um ano e sete meses, foi condenada a pagar R$ 2.000 em cestas básicas para uma instituição na zona oeste do Rio de Janeiro. Na audiência, que aconteceu na última terça-feira (11), a médica aceitou um acordo e teve a pena convertida em prestação de serviço para não ser submetida a um processo criminal.
A médica se defendeu dizendo que não cometeu erro médico. A criança teve a pálpebra do olho esquerdo colada com cola cirúrgica, no hospital Rios D’Or, na zona oeste, enquanto a médica fazia um curativo no supercílio. O garoto conseguiu abrir o olho por completo somente após 35 dias, segundo a família.
O pai de Bruno, Fabiano Mendonça Portela, disse que está satisfeito com o resultado da ação.
— Ficamos satisfeitos. A ação serviu para que ela reflita que mesmo o procedimento mais comum precisa ser feito com atenção.
O processo contra a médica foi suspenso até o pagamento das cestas básicas. De acordo com a sentença, se Raquel cometer outra infração no período de cinco anos, não terá o benefício de ter a pena convertida em prestação de serviço.
A família ainda processa o hospital Rios D’or, onde o menino foi atendido.
Relembre o caso
Segundo os pais do menino, a criança sofreu um corte no supercílio após um tombo em casa e foi levada à unidade. Ela foi atendida por uma pediatra e por uma cirurgiã, que usou a cola para fechar a ferida — um procedimento normal em casos como esse.
O problema, segundo os pais, foi que o produto caiu no olho do menino. Eles deram queixa na Delegacia da Taquara (32ª DP), onde o caso foi registrado como lesão corporal culposa (sem intenção).
Por meio de nota, o Hospital Rios D'Or informou "que o paciente deu entrada na unidade apresentando lesão traumática com aproximadamente 5 mm de comprimento, que foi tratada com um tipo de cola cirúrgica, indicada para pequenas lesões como alternativa ao uso de pontos convencionais".
Ainda segundo a unidade, "algumas adversidades inerentes ao uso deste medicamento podem acontecer. No caso deste paciente, foi feita avaliação pelo médico oftalmologista, que descartou qualquer complicação na córnea ou globo ocular e recomendou tratamento conservador, com uso de compressas e soro fisiológico no local, além de acompanhamento ambulatorial".
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