Quem pode nos defender de ações criminosas dos "flanelinhas"?

30/08/2012 08:08 - Caique Marquez
Por Redação

   Quem nunca foi vítima de ação criminosa ou ameaçadora dos "guardadores de carros", os chamados flanelinhas? Eles chegam até nós, nos chamando de patrão, chefia, amigão, parceiro, e dizem que estão guardando o carro.

   Em locais de grande concentração de veículos, como shows, feiras e eventos em geral, chegam a te dar um papelzinho com o valor do estacionamento, exigindo, ainda, o pagamento antecipado. Se você reclama ou não paga, o que acontece? Tem o carro todo riscado ou fica com os pneus furados, como aconteceu recentemente com um conhecido meu. E ninguém faz nada. 

   Um cidadão me contou que esteve num show e o flanelinha o cobrou um absurdo. Então, ele fechou a cara  e tirou o carro de lá. Parou mais adiante, onde havia alguns policiais, a cerca de 100 metros do lugar. Explicou a situação, enquanto os policiais nem olhavam para ele, distraídos com qualquer coisa que não fosse a sua história.

   Disseram que não há o que fazer. Que ele poderia ir a uma delegacia fazer um Boletim de Ocorrência, que eles chamariam o indivíduo, se o encontrassem, que negaria tudo, seria solto e continuaria a agir.

   Sem uma medida específica para o caso, nós, as vítimas, somos duplamente prejudicados: quando nas ruas, pela ação deles, e perante a polícia, para quem devemos provar que fomos extorquidos. Temos que esperar a polícia, prestar queixa e aguardar para que o sujeito volte a ter sua ação no mesmo local em menos de 24 horas.

   Não é certo que se apropriem do espaço público, que cobrem por um local que é tão nosso quanto deles. Não é correto que a polícia não possa nos defender com queixas anônimas, que tenhamos de pegar nossos carros como fugitivos, para não pagarmos o que foi exigido por quem nada pode exigir.

    O flanelinha se apossou do nosso direito de utilização das vias públicas, que deveria ser garantido pelo poder público, mediante o pagamento dos impostos. Em vez de fazer vistas grossas ao tal guardador de veículos que, na verdade, só cobra mas não guarda absolutamente nada, o poder público e as entidades sociais deveriam direcioná-los para o trabalho em atividades realmente necessárias e legalizadas.

   Apesar de termos um grande contingente de desempregados, o mercado informa a existência de milhares de vagas para pedreiro, pintor de paredes, jardineiro, marceneiro, garçon e outros profissionais que se formam com treinamento básico.

   Os flanelinhas deveriam ser encaminhados para cursos de treinamento juntamente com os demais desempregados deste país e, com isso, estaríamos resolvendo dois problemas: o da falta de profissionais basicamente treinados e o da existência dos trabalhadores ilegais das vias públicas.  

    Na cidade de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, foi sancionada uma lei que proíbe a ação dos flanelinhas. Nada mais justo. Para quem nunca passou pelo ocorrido, pode soar estranho e uma medida exagerada, mas não é.

    Ser ameaçado por flanelinhas não é certo. Mas só em Novo Hamburgo há uma lei dizendo que é errado. O resto do país aguarda.

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