Alagoas registrou, em 2011, 89 óbitos por câncer de colo de útero e 137 em decorrência do de mama. Os números estão abaixo da estimativa – 270 e 350, respectivamente –, mas já preocupam. Visando diminuir essas e outras estatísticas, técnicos municipais participaram, nesta quarta-feira (29), da Oficina de Monitoramento e Avaliação dos Indicadores de Saúde da Mulher.

Realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o evento aconteceu no Hotel Ritz Suítes, em Cruz das Almas, e teve como finalidade instrumentalizar os municípios alagoanos para a análise e para o planejamento de ações na área. A atividade, que contou com palestras e trabalhos em grupo, foi voltada para coordenadores de Atenção Primária e de Saúde da Mulher.

Segundo a diretora de Atenção Básica, Mirna Pimentel, a ideia é fazer com que as administrações municipais tenham um olhar crítico quanto aos dados. “Precisamos dessa avaliação para reverter os quadros, em especial no que diz respeito à mortalidade. Esse momento também é importante para que possamos conhecer e tentar minimizar as dificuldades de cada um”, disse.

Durante o encontro com os técnicos, foram abordados indicadores da Rede Cegonha, do Contrato Organizativo de Ação Pública (Coap) e do Programa de Melhoria de Acesso e Qualidade (PMAQ). Entre eles, estão a realização de citologias e mamografias e de sete ou mais consultas de pré-natal e a atenção à saúde das mulheres em situação de violência, entre outros.

Nesse último quesito, foram apresentadas as estatísticas do Estado desde 2009. Em três anos, Alagoas conseguiu reduzir de 45 para 12 o número de municípios silenciosos – sem notificação de casos. “Agora, precisamos saber se eles realmente não têm registros de violência ou se não estão notificando”, expôs a gerente de Saúde da Mulher da Sesau, Carmen Nascimento.

Ela ressaltou a necessidade de as administrações municipais criarem propostas e consolidarem o planejamento na área de Saúde da Mulher. “Para isso, os coordenadores pactuaram um plano de intervenção. Queremos que eles atinjam os indicadores pactuados. Nossa preocupação não é com os indicadores em si, mas com o que eles acarretam, como os óbitos”, completou.

Política Nacional

Apresentada na oficina, a Política Estadual de Atenção Integral à Saúde da Mulher segue as diretrizes da Política Nacional, que visa promover a melhoria das condições de vida e saúde por meio da garantia de direitos e ampliação do acesso. Além da assistência na gravidez, a iniciativa também inclui outros aspectos, como as doenças ginecológicas, o câncer de colo uterino e de mama e a promoção da atenção à saúde de segmentos específicos.