Na semana passada, li em alguns blogs e reportagens do noticiário local que Arapiraca estava entre as 10 cidades do interior brasileiro que mais terão acréscimos de vendas no período de 2010 a 2020. Para ser mais preciso, Arapiraca aparece em 7º lugar entre os interiores do Brasil, com um aumento real esperado de 12% ao ano, segundo estudo da consultoria americana McKinsey, cujos resultados foram divulgados pela Revista Exame de 22/8/2012.

Essa notícia foi amplamente divulgada – de maneira positiva - no meio jornalístico local, merecendo, de fato, aplausos, em virtude de uma sucessão de boas notícias que têm vindo da segunda maior cidade de Alagoas. Afinal de contas, maiores vendas significa ampliação do mercado interno, significando também possibilidade de aumento das instalações de redes varejistas em Arapiraca e até mesmo incremento da produção local, se esse incremento de vendas não for suprido integralmente por importações de outras cidades.

Mencione-se que, nessa matéria, percebi que tal boa notícia não se refere apenas à Arapiraca, mas também à capital alagoana e ao Estado de Alagoas (como um todo). De fato, nessa mesma matéria, Maceió aparece entre as 10 capitais brasileiras que mais terão acréscimos de vendas no período de 2010 a 2020, com um aumento real esperado de 10% ao ano. Em verdade, Maceió aparece em primeiro lugar em tal previsão, empatada com Boa Vista e Macapá, respectivamente capitais de Roraima e Amapá. Por sua vez, o Estado de Alagoas aparece em segundo lugar entre os estados brasileiros que mais terão acréscimos de vendas no período de 2010 a 2020, com um aumento real acumulado esperado de 186%, o que equivale a um crescimento real de aproximadamente 6,4% ao ano.

Nesse sentido, em tempos de eleição municipal, cabe o leitor fazer a seguinte pergunta a si mesmo: há um enorme aumento esperado de demanda nos próximos 10 anos, não apenas em Arapiraca, mas também em Maceió e em vários outros municípios do Estado de Alagoas, o que meu candidato a prefeito está propondo como política de desenvolvimento local para absorver essa enorme demanda?

Em termos de política de desenvolvimento local, de maneira geral, existem ao menos três boas propostas que o eleitor deve considerar no momento de escolher o candidato a prefeito:  1º)  comprometimento com a melhoria no ambiente de negócios, incluindo-se simplificação no pagamento de tributos e forte cooperação com o setor privado local; 2º) comprometimento com a provisão de cursos técnicos (em parceria com o sistema S e com a rede de ensino local) para melhoria da qualificação técnica da mão de obra local; 3º) comprometimento com a melhoria da infraestrutura urbana local.

Diante dessas três propostas, o leitor deve observar principalmente a relação do candidato com o empresariado local, pois é este que gerará na sua maior parte o emprego e a produção originados desse aumento previsto de demanda. Esse empresariado deverá ter uma boa sinergia com o prefeito e sua equipe, a fim de que haja cooperação e toda a cidade cresça, lucre e ganhe com esse aumento de demanda. A propósito, com aumento de produção e renda, há mais receita própria, havendo, também, mais espaço fiscal para prover recursos para saúde, educação e assistência social.

Enfim, caro leitor, se você quer que a cidade onde moras realmente cresça, o que mais sua cidade vai precisar – em qualquer parte de Alagoas - nos próximos anos é de um prefeito que seja “aberto ao setor privado” e “muito conciliador” (para efetivar a proposta 1º), e com “bom trânsito nos governos estadual e federal” (para efetivar as propostas 2º e 3º). Em se tratando da capital alagoana, acredito que esse novo futuro prefeito tem tudo para transformá-la de “capital dos homicídios” em “capital dos negócios”. Atrativos não faltam: custo de vida (sobretudo de moradia) relativamente baixo, litoral mais belo do Nordeste e forte previsão de aumento de demanda nos próximos anos. Assim, é possível realmente sonharmos com outra Maceió, muito melhor!