Téo Vilela liga para sociólogo e pede desculpas

16/08/2012 05:43 - Maceió
Por Redação
Image

O Governador do Estado de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), telefonou nesta quarta-feira (15) para o sociólogo Carlos Martins, que na semana passada teve a casa invadida por uma “equivocada” ação da polícia alagoana, durante um cumprimento de mandado de busca e apreensão. Na conversa telefônica, o chefe de estado solicitou a Martins que não destratasse a Polícia de Alagoas e lançou um pedido de desculpas.

Durante a conversa, Vilela pediu desculpas ao sociólogo, alegando que a polícia comete falhas e tomou como exemplo o bárbaro assassinato do operário brasileiro, Jean Charles de Menezes, de 27 anos, num metrô de Londres, crime praticado pela polícia da Inglaterra, em 22 de julho último. Por muito tempo a polícia da Inglaterra tentou “provar” que Jean Charles era terrorista.

Com sua postura na busca por justiça, Carlos Martins, afirmou ao Chefe do Estado que já é chegada a hora de rediscutir o modelo vigente de segurança pública, que tem se mostrado incapaz de garantir justiça, paz, direitos ou condições mínimas de segurança à população e que sobre o pedido de desculpas , este deveria ser público. O governador argumentou que já teria feito isso em uma entrevista concedida a um jornal local.

Na tarde desta terça-feira, o sociólogo Carlos Martins esteve em reunião com o juiz Paulo Brêda do Conselho Estadual de Segurança, para discutir encaminhamentos da desastrosa invasão à sua residência.

Martins é significativo representante do movimento negro, em Alagoas e recebeu em maio deste ano a Comenda Zumbi dos Palmares, na Câmara de Vereadores de Maceió.

Entenda o caso

Ao estar se preparando para ir à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), onde é aluno de mestrado, o sociólogo Carlos Martins foi surpreendido pela polícia em sua própria residência que o confundiu com bandido que teria efetuado assalto a uma agência bancária na semana passada.

“Foram momentos terríveis”, revela o professor. Ele conta que ouviu barulho no portão de sua casa e foi ver quem era. Os indivíduos se identificaram como policias e pediram que abrisse a porta. Sem querer esperar que fosse buscar a chave, eles arrebentaram o cadeado.

“Imediatamente apontaram as suas armas e pediram para que me deitasse no chão e falaram que era um mandado de busca e apreensão. Por estarem todos encapuzados e devido à ação tão truculenta, cheguei a pensar que fossem bandidos e não policiais”, comentou Carlos.

Assustado com tudo o que acontecia, o sociólogo quis saber quem estava no comando da operação, mas o responsável disse não poder se identificar porque era da inteligência da polícia.

“Mesmo falando que era um cidadão de bem, fui algemado e me colocaram sentado numa cadeira de frente para a parede, deixando bem claro que não deveria tentar olhar o que acontecia. Foram 40 intermináveis minutos de tortura psicológica”, descreveu o sociólogo muito apreensivo.

Depois de revirar toda a casa os policias pediram para que assinasse o mandado. Ao se negar foi encaminhado à Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), não como preso, mas para questionar os responsáveis sobre o equívoco da fatídica operação.

“Fiquei das 15h30 até as 20h, quando pude perceber que o endereço que os policiais buscavam era outro. Exigi uma retratação por escrito ou até um pedido de desculpas, mas nada foi feito”, desabafou Carlos Martins.

Segundo o sociólogo, “os policias estavam seguindo o rastro de um aparelho celular roubado em um assalto a uma agência bancária situada em uma universidade privada e que o aparelho estava emitindo sinais que vinham de minha residência. Como o raio do sinal abrange uma área de aproximadamente 100 metros, eles deveriam fazer uma busca na área e não na minha residência. Sou um cidadão de bem. Tive minha vida invadida de forma brutal e sequer um pedido de desculpas foi feito”.

Fonte: Blog Raízes da África

Your alt text

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..