Convênio no valor de R$ 1,5 milhão, publicado no Diário Oficial do Estado do dia 25 de julho passado, trouxe novo ânimo para os cerca de 1.200 produtores do segmento têxtil e de confecções de Alagoas. Firmada entre a Secretaria do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande), o Sebrae Alagoas, a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea) e o Sindicato da Indústria do Vestuário do Estado de Alagoas (Sindivest), a parceria vai envolver trabalhadores de 19 municípios, do Sertão à Zona da Mata, incluindo Maceió.
Segundo o secretário do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico, Luiz Otavio Gomes, quando se trata de promover oportunidades de crescimento para as potencialidades do Estado, o Governo não mede esforços.
“Antes mesmo do convênio, o valor de R$ 1.848.897,02 já tinha sido investido na Cadeia Produtiva Têxtil e Confecções. Com o novo investimento, serão desenvolvidas ações nas áreas de gestão, empreendedorismo, tecnologia e design, tudo isso com metas de acesso a novos mercados, desenvolvimento de produtos competitivos, geração de empregos e aumento de renda. Dessa forma, daremos o salto de qualidade que consolidará a CPTC para além do período de duração do projeto”, ressaltou o secretário.
Com resultados gradativos, o convênio apresenta como metas alguns indicadores. Até dezembro de 2012, a previsão é de que o volume de vendas aumente em até 10%, chegando a somar 70% em dezembro de 2015.
O mesmo valor é esperado para o faturamento das empresas. Já o aumento de número de postos de trabalho tem a estimativa de 5% até dezembro de 2012, acumulando aumento de 45% até o final de 2015.
No convênio estão previstas atividades como capacitação técnica, básica e avançada. Ainda em 2012, serão realizados 12 cursos em Gestão e Tecnologia. Séries de visitas técnicas também estão nos planos de trabalho do convênio. Em 2013, elas serão feitas por gestores para prospecção e participação em eventos como o Rio-a-Porter e São Paulo Fashion Week.
Trend House
Para desenvolver o acesso da cadeia a novos mercados, algumas participações em eventos de moda já estão agendadas para este ano. Entre eles, a 6ª Trend House, que acontece entre os dias 13 e 17 de agosto na Vox Room, com o apoio da CPTC. No segundo semestre, a cadeia participará do Arapiraca Indústria Show e em outubro, do Maceió Fashion Design e da Semana Palato de Moda.
Para enriquecer os produtos da cadeia, parte do convênio é destinada a investimentos em tecnologia e design. Segundo a assessora especial da Seplande, Vania Amorim, essas ações serão mais expressivas em 2013. “Faremos parceria com dois Institutos de Inovação e Tecnologia, um do Rio de Janeiro e outro de São Paulo, em projetos que resultarão em desenvolvimento de novos produtos e identificação do DNA da Moda Alagoana”, explica.
Para a assessora, Alagoas tem como diferencial os produtos feitos à mão, fator que já coloca o Estado à frente na competitividade do mercado. “Não adiantaria investir para fazer mais do mesmo. Seria brigar sem vantagem alguma, mas o nosso caso não é esse, temos um diferencial que é a excelência do hand made. No universo da moda, este é um valor inestimável. Precisamos apenas alinhar esta competência aos anseios do mercado para alavancar o segmento”, finaliza.
Parte do maquinário existente hoje no Estado já teve seu processo de modernização iniciado. Desde o ano passado, foram disponibilizados recursos para a compra de 1.204 máquinas de costura, oriundos do Fundo Estadual de Erradicação e Combate à Pobreza (Fecoep), na ordem de R$ 2,6 milhões. Desse montante, 959 já foram adquiridas e outras 245 já tiveram seu processo licitatório iniciado.
"A Seplande fez um levantamento completo para detectar as demandas de cada município, onde a quantidade de máquinas de costura destinada será proporcional à produção local. Para nós, que estamos em contato direto com essas potencialidades, é nítida a necessidade de promover fortemente o empreendedorismo e a formalização de pessoas da cadeia têxtil e de confecções. Muito já tem sido feito, o nosso trabalho não termina por aqui", concluiu o secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Keylle Lima.
Setor tem importância histórica na economia alagoana
Apesar de ser um Estado prioritariamente sucroalcooleiro, não foi só da cana-de-açúcar que Alagoas se sustentou. O setor têxtil pode ser considerado bastante significativo, tanto no aspecto econômico, quanto na evolução da sociedade.
Foi neste segmento, por exemplo, que pela primeira vez em Alagoas, mulheres tiveram a oportunidade de trabalhar na indústria. O setor, porém, sofreu revezes através dos anos, assim como em outras partes do país, pela alta competitividade externa, principalmente do mercado asiático.
Desde 2007, a necessidade de diversificação econômica e descentralização do quadro industrial levou o Governo do Estado a ampliar incentivos a fim de atrair e consolidar outros segmentos, a exemplo do que aconteceu com a Cadeia Produtiva da Química e do Plástico.
Outros exemplos que podem ser citados são os investimentos no Programa de Arranjos Produtivos Locais (PAPL) e os incentivos para novas cadeias produtivas, com o objetivo de sistematizar a relação entre o micro e o pequeno empresário alagoano com o mercado, através de um fluxo de materiais, capital e informações.
Muito relevante para economia do País, figurando como o segundo maior gerador do primeiro emprego e segundo maior empregador da indústria de transformação, desde 2007, o setor conta com a própria Cadeia Produtiva Têxtil e Confecções (CPTC) em Alagoas. Desde então, o Governo identificou os municípios que apresentam potencialidades para o setor e capacita em níveis técnico e básico grupos organizados. (L.V.)