O penúltimo entrevistado da série com os candidatos à Prefeitura de Maceió é Sérgio Cabral (PPL). Cabral afirma que se identifica com a simplicidade do povo da capital alagoana. Ele diz ainda que sua equipe trabalha para que a eleição não vá para o segundo turno.
As áreas da educação e saúde serão as prioridades de Sérgio Cabral, se eleito. Sobre os adversários nas urnas, o candidato diz que “todos são concorrentes” e que não se arrisca a apontar o principal adversário nas urnas.
CadaMinuto - Porque seria um bom prefeito para Maceió?
Sérgio Cabral - Sou alagoano de Maceió e me identifico com a simplicidade do povo maceioense. Aqui constitui família, vivo e trabalho. Os sonhos da população são os meus, meus problemas são os mesmos enfrentados por todos que aqui vivem, tenho consciência das dificuldades enfrentadas por prefeitos anteriores, por isso sou candidato a Prefeito acreditando que posso contribuir efetivamente com o desenvolvimento de nossa cidade.
Considero os aspectos negativos de nossa cidade como descaso de gestores sem compromisso. Não souberam ou não estavam interessados em resolver os problemas que hoje nos atormentam. Permitiram a deterioração de uma cidade que tem vocação turística impar no mundo. Pretendo resolver muitos dos nossos problemas de modo a adequar a cidade para os que nela produzem e fincam raízes.
Um povo bom e trabalhador não merece um trânsito estressante e sem acessibilidade. Suas praias poluídas, os rios degradados pelos entulhos, lixo e ligações clandestinas de esgoto, a juventude sem perspectivas laborais, sem esporte, sem lazer e cultura integrados ao ensino regular.
Saúde e educação à mercê do humor de encastelados em gabinetes institucionais a despeito das necessidades da população servindo de barganha para políticos elitizados.
É possível mudar, o novo será construído com a participação popular. Fundamental é ousar, cerrar fileiras para o desenvolvimento da cidade, repensar o presente e planejar o futuro sob a ótica do bem estar geral.
CM - Quem considera o seu principal adversário?
SC - Somos todos concorrentes. No campo das propostas tenho certa vantagem por que sou muito franco e verdadeiro.
CM - Como avalia suas reais chances de vencer as eleições?
SC - Entendo que o nível de rejeição as velhas condutas políticas se traduzirá em votos que consagraram o novo. E nossa candidatura exprime bem isso.
CM - Acredita que a disputa para as eleições irá para o segundo turno?
SC - Minha equipe trabalha para que não haja o segundo turno.
CM - Como avalia a gestão do atual prefeito de Maceió, Cícero Almeida?
SC - Avalio como boa a administração. Porém, deixou-se levar por um populismo que não tem e ressalte aí, o desinteresse no decorrer do segundo mandato a ponto de envidar todos os esforços para se candidatar a governador em 2010 e que se lograsse êxito, abandonaria o mandato. Compromissos são feitos para honrá-los.
CM - Se eleito, qual seu principal projeto para Maceió?
SC - Educação e saúde são prioridades.
CM - Como resolver o problema do transporte público em Maceió, uma das principais reclamações da população?
SC - Em síntese, a solução está no estabelecimento de corredores de transporte integrados a estações de transbordos, distribuídas de maneira estratégica, que permitam a acessibilidade dos usuários aos bairros de modo que as linhas licitadas não percorram mais que 15 km. O acesso entre as estações localizadas na cidade baixa e alta nas proximidades do Centro será através de elevadores. Outras soluções é a regulamentação dos transportes alternativos, implantação da moto-via e o VLT.
CM - Como o novo prefeito de Maceió poderá ajudar o governo do estado a combater a criminalidade?
SC - Constitucionalmente não é atribuição municipal usar de coerção policial para prevenção, investigação, diligências, prisão e finalmente instruir processos criminais. No entanto, é possível ajudar o Estado a diminuir a violência em nossa cidade.
Aproveitando de sua capilaridade, no contexto urbano, de programas sociais atribuídos ao município. Usando tecnologia de monitoramento poderá facilitar a intervenção de organismo de inteligência no âmbito do Estado e secundar esses mesmos órgãos criando departamento específico na guarda municipal. A integração de programas sociais e ações de cunho educativos produzirão estatísticas que apontem dados mais exatos quanto as causas e efeitos na produção dos crimes naquele local.
CM - No campo da educação, o senhor tem algum projeto, como por exemplo, as escolas em tempo integral?
SC - Essa é a nossa proposta na área educacional registrada no TRE. Para isso é preciso dotar as escolas de equipamentos que suportem esporte, lazer e cultura. No campo pedagógico, primar pelo conceito analítico e não só o contextualizado, o racional deve superar o interpretativo. O primor didático deverá alimentar o reciclar do professorado. Capacitar também o apoio administrativo de sorte que, estimule os ideais da universalização do ensino de qualidade.
CM - Já que as drogas são apontadas como o motivo principal dos índices de violência, a prefeitura pensa em investir em CAPS (Centros de Apoio Psico-Social) voltado para dependentes químicos?
SC - A calha de um telhado escoa a água captada da chuva , mas é incapaz de fazer parar a chuva. Devemos sim cuidar da saúde dos viciados em todas as drogas lícitas e ilícitas, no entanto é possível minimizar o efeito danoso das drogas quando efetivamente atacar a causa.