Três boas notícias: será um alento?

24/07/2012 20:22 - Economia de Alagoas
Por Alexandre Manoel

Desde que iniciei a escrever sobre aspectos sociais e econômicos de Alagoas neste blog, só me advieram fatos não muito agradáveis, tais como: (i) ao longo dos últimos 12 anos, a taxa de homicídios aumentou substancialmente em Alagoas; (ii) vários dos indicadores sociais alagoanos são ou estão entre os piores do Brasil; (iii) ao longo dos últimos 20 anos, o Produto Interno Bruto (PIB) por habitante – principal indicador macroeconômico de riqueza - de Alagoas vem diminuindo sua posição relativa em relação às demais economias nordestinas;etc.

Na condição de cidadão alagoano, é sempre muito ruim denotar e escrever sobre esses assuntos desagradáveis. Nos últimos meses, no entanto, três notícias boas surgiram no horizonte da socioeconomia alagoana e é sobre elas que tecerei algumas considerações, uma vez que os fatos decorrentes dessas notícias, se aprofundados e levados a sério, podem ajudar a resolver (ao longo do tempo) os problemas apontados em (i), (ii) e (iii).

A primeira notícia boa é a implantação do “piloto” do plano nacional de segurança pública e o consequente declínio na média diária de homicídios, até o presente momento. No plano da violência, vale destacar que Alagoas somente supera e muito a média nacional no quesito homicídios. Nos demais quesitos – roubo, furto, acidente de trânsito, suicídio, dentre outros-, Alagoas está na média ou até mesmo abaixo da média nacional, que é altíssima, quando comparada às vigentes nas economias desenvolvidas. De qualquer forma, vale mencionar que, mantida a tendência recente de número de homicídios, o Estado de Alagoas poderá deixar o triste posto de campeão nacional de homicídios já em 2013.

A segunda notícia boa é a implantação da sala de monitoramento e controle de metas, criada dentro do âmbito do programa “Alagoas Tem Pressa”, no intuito de monitorar e avaliar as ações e metas desse programa. Sou um entusiasta desse tipo de gestão, pois acredito que só com monitoramento, avaliação e punição – para aqueles que não alcançaram a meta proposta – alcança-se com eficácia e eficiência o que foi planejado. A propósito, esse tipo de procedimento também permite um aprendizado ao longo do processo, uma vez que o monitoramento permite entender onde há desperdício e onde há ausência de recursos.

Contudo, somente irei acreditar que essa nova forma de gestão é pra valer – a qual tem tudo para ajudar na melhoria dos indicadores sociais alagoanos –, quando ouvir notícias que algum (ns) secretário (s) recebeu (ram) algum tipo de punição (exoneração, por exemplo) por não ter alcançado a meta planejada. De fato, a literatura é farta de exemplos que esse tipo de gestão só funciona quando há punição.

A terceira notícia boa é a taxa de crescimento do PIB de Alagoas de 6,1%, no primeiro trimestre de 2012, em relação ao mesmo período do ano passado, que foi calculado pelos próprios técnicos da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Alagoas. A propósito, essa secretaria informa (em seu sítio) que trimestralmente divulgará o PIB de Alagoas, o que também é uma boa notícia, pois poderemos acompanhar e fazer projeção a respeito do desempenho da economia alagoana vis-à-vis a economia brasileira e as demais economias nordestinas, principalmente. Em breve, descreverei neste espaço tal projeção e o porquê de um desempenho nesse primeiro trimestre tão acima da média de crescimento das demais economias nordestinas. Por fim, espero que essas notícias não sejam apenas alentos, mas sinais reais de uma metamorfose socioeconômica em Alagoas, pois prefiro sempre ser otimista a ser pessimista!



 

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