Cúpula militar egípcia se reúne para avaliar restabelecimento do Parlamento

08/07/2012 19:14 - Brasil/Mundo
Por Redação

O Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA) do Egito se reuniu em caráter de urgência neste domingo para avaliar o restabelecimento da câmara baixa do parlamento (Assembleia do Povo), que foi ordenado hoje pelo presidente Mohammed Mursi.

Segundo a agência de notícias "Mena", a cúpula militar, presidida por Hussein Tantawi, analisa o decreto de Mursi que revoga a dissolução do Parlamento decretada pelo CSFA. Na ocasião, este organismo era a máxima autoridade no Egito, algo que acabou mudando com a chegada de Mursi ao poder.

Em seu decreto, Mursi anula a resolução ditada pela Junta Militar no último dia 15 de junho, um dia depois que o Tribunal Constitucional confirmou a invalidação das eleições legislativas. Com esta anulação, os generais dissolveram o parlamento e recuperam o poder legislativo.

Além de restabelecer a câmara baixa do parlamento, o presidente egípcio estabeleceu hoje a realização de novas eleições nos 60 dias posteriores à aprovação da nova Constituição em um referendo popular.

A manobra de Mursi foi interpretada como um desafio à cúpula militar, que havia assumido o papel da câmara baixa, e volta a posicionar o Egito diante de outro intrincado labirinto legal.

O decreto de Mursi chega um dia antes da Corte Suprema Administrativa decidir sobre a competência ou não do Tribunal Constitucional para ordenar a dissolução da câmara baixa.

O presidente desta câmara, o islamita Saad Katatni (membro do Partido Liberdade e Justiça, o mesmo que Mursi presidia) afirmou hoje que a resolução do presidente representa "o respeito à soberania da lei e das instituições".

Segundo Katatni, a Assembleia do Povo (câmara baixa) já poderá vigiar o poder executivo e exercer suas prerrogativas legislativas "a partir das próximas horas".

O islamita Mohammed Mursi jurou o cargo de presidente do Egito diante do Tribunal Constitucional, no último dia 30, após vencer as eleições e assumiu o poder que a Junta Militar tinha exercido de maneira provisória desde a queda do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011.

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..