Depois do “Desencontro com Fátima Bernardes”, agora o Bial. A Globo desatinou-se de vez?
Abaixo uma análise do mais novo programa da emissora global no artigo de Rosalia de Oliveira Lemos, professora do IFRJ – Doutoranda em Política Social UFF. O artigo foi postado na lista discriminacaoracial@yahoogrupos.com.br ,em 6 de julho de 2012 , as 01:10.
Na Moral??? Fala Sério!
Quem sempre viu o Pedro Bial comandando o Programa Big Brother estava curioso em ver seu novo programa, o Na Moral, muito em função de sua trajetória como jornalista.
O que eu vi foi um Na Moral tendencioso e politicamente correto, para os que acusam pessoas que lutam contra estereótipos e preconceitos deferidos contra as mulheres e negros. veiculados no maior meio de comunicação do nosso país, a Rede Globo.
Quando tratou do assédio moral, chamou a vítima e um especialista para falar.
Quando discutiu o tema de assédio sexual, mostrou uma história com o final feliz entre o assediador e a suposta vítima, pois deu a maior ênfase no casamento, com direito à valsa e tudo!
Quando iniciou o bloco sobre Politicamente Incorreto, ao ouvir a análise de uma das convidadas sobre o tratamento dado às mulheres brasileiras no exterior, como “gostosas e popuzudas”, a interrompeu.
E ao dar o microfone para Alexandre Pires com seus macacos e mulheres popozudas não chamou ninguém. Foi às ruas e tratou o tema, na esfera do senso comum.
Ao anunciar seu Programa, falou sobre o desejo de fazer um programa de inteligência, no entanto deveria priorizar as versões, as outras falas. Todorov fala em entender o OUTRO. Ouvir as pessoas e entidades que deram início ao processo contra o clipe do referido cantor era imperioso!
Inteligência é digerir o adverso!
Alexandre Pires mais uma vez se fez de vítima, falou dos Dias das Mães, acredito que o artista deve expressar seu olhar diante à sociedade, mas NA MORAL? Faltou a fala do discordante, a diversidade no contexto do problema deveria ser preservada e priorizada.Nenhum militante negro foi convidado!
NA MORAL se anunciou democrático e comprometido em não repetir as mesmices ou clichês. Mas, pecou em muito, uma vez que foi tendencioso e assumiu apenas um lado da história e isso eu considero a face mais cruel da LIBERDADE DE IMPRENSA, a de invisibilizar o estigmatizado socialmente, o descriminado. Cerceou a fala do oponente ao sistema, a fala de quem sofre no cotidiano nas palavras e nas imagens “sem a intenção de ofender”!
Fonte: discriminacaoracial@yahoogrupos.com.br