Para uma família francesa, as férias dos sonhos na paradisíaca ilha de Ré, na costa oeste da França, só aconteceram depois que a reforma de uma casa de três andares saiu do papel. Foi o descanso, maior necessidade da família, quem ditou as principais mudanças dentro e fora da mansão do século 18.
As marcas na fachada indicam que uma parte da construção original foi demolida, com o nobre intuito de dar à residência uma piscina - exatamente no local onde sempre bate sol. Uma espaçosa varanda, com uma mesa posta para convidativas refeições em dias claros, também foi adicionada. Os caminhos recortados por plantas, pedras e arbustos formam uma área relaxante no jardim, onde estão espalhadas esteiras e duas cadeiras Nemo, do italiano Fabio Novembre.
No interior, o sentimento de bem-estar é proporcionado pela cuidadosa seleção das peças que perfumam a casa com arte, que vai do russo Alexander Rodchenko, passa pelas figuras simpáticas de Hanneke Beaumont, e termina nas esculturas delicadas de Catherine Bordin. Também pelos pelos espaços abertos. A morada, que já foi um convento e também um quartel, tinha quartos demais e áreas extremamente compartimentadas. Para se desfazer desse desenho antigo, a maioria das paredes foi abaixo – restaram apenas as vigas estruturais e as de sustentação – para integrar, no primeiro andar, living, cozinha e sala de jantar.
A transição pelos ambientes tornou-se mais prática e, também, suave, graças às armações de metal das portas. Elas foram trocadas, assim como as janelas, por modelos envidraçados e maiores, feitos sob encomenda, para distribuir transparência e luminosidade nos cômodos. No segundo andar, o quarto principal manteve as portas do antigo armário, mas apenas para tampar a nova peça embutida na parede.
Os arquitetos preservaram a lareira, que antes pertencia ao quarto, a pintura branca, além de usar móveis em laca, para aquecer e clarear ainda mais a sala de banho. No terceiro andar, onde há mais três quartos de hóspedes, a banheira de zinco, achada em um mercado de pulgas em Bruxelas, na Bélgica, é um dos poucos objetos que destoam das cores leves e neutras da casa.