Familiares desesperados com a greve dos médicos legistas fecharam a Avenida Siqueira Campos, localizada no bairro do Prado, em protesto contra a não liberação dos corpos que estão no Instituto Médico Legal (IML). O prédio conta com duas geladeiras com capacidade para suportar até cinco corpos cada, e até agora, são 24 corpos que estão espalhados no chão e, a previsão segundo os familiares, é que vai chegar ainda mais.

A maioria das famílias está desde ontem (21), aguardando uma posição da diretoria do IML para a solução imediata do problema.

“Não aguentamos mais. Isso é uma falta de respeito. Estamos neste momento fechando a avenida para tentar sensibilizar a população. O estado vive uma calamidade”, disse Paulo Lima, que teve o sobrinho atropelado na noite de ontem.

“Nós recebemos a informação de que não houve nenhum acordo e que os médicos vão continuar a greve. Acredito que ele esteja esperando um filho de deputado ou vereador morrer para tomar uma providência”, afirmou Lima.

A avenida foi liberada após algumas horas de protesto.

Diretor do IML

De acordo com o diretor do IML, Luiz Mansur, foram solicitados ao Estado equipamentos frigoríficos para armazenar os corpos, uma vez que as duas geladeiras do órgão estão lotadas. Segundo Mansur a previsão é que os equipamentos cheguem ao órgão na manhã deste sábado (23).

“Antes mesmo de tomar posse, eu tomei essa providência, já temendo os efeitos da paralisação”, disse Mansur à reportagem do CadaMinuto.

O diretor do IML colocou também que está solidário à dor de pessoas que estão tentando liberar os corpos dos parentes. “Estou tentando, ao menos, deixar os corpos preservados, porque infelizmente não temos como liberar”, finalizou.

Ataualizada às 20h30