Para psicóloga, violência não pode ser tratada com sensacionalismo

15/06/2012 02:32 - Maceió
Por Redação
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O assassinato do médico José Alfredo Vasco Tenório, ocorrido no dia 26 de maio, no Corredor Vera Arruda, no bairro do Stella Maris, promoveu uma série de ações por parte da comunidade. Cansados de enfrentar tanta violência e com o sentimento em comum de extrema insegurança, a população promoveu uma caminhada e criou debates sobre o tema em diversas redes sociais.

Do outro lado da cidade e numa outra realidade social, no dia 8 de junho, Zenaide Maria da Silva, 65 anos, morreu na porta de casa, no Conjunto Vigem dos Pobres, vítima de bala perdida na troca de tiros pela disputa de uma “boca de fumo”, envolvendo traficantes e policiais. Uma criança de 10 anos foi a vítima fatal de uma briga de trânsito que aconteceu no bairro do Jacintinho, no último dia 10. Estes dois casos tiveram menos repercussão.

Assim como os crimes citados acima, diariamente são registrados em Maceió casos de violência de toda natureza. Mas só alguns deles ganham proporções que chegam a mobilizar toda a sociedade e a mídia em geral.

“A sociedade alagoana manifestou sua indignação, no caso da morte do médico, por que esta realidade reflete não apenas a banalização da violência e da dignidade humana, mas aponta para o fato de que o valor e a importância atribuído a cada ser humano parece encontrar-se condicionado a sua condição sócio-econômica”, disse a psicóloga Regina Coeli Japiá Mota, especialista em saúde coletiva.

Com o título de primeira cidade mais violenta do Brasil e a terceira do mundo, perdendo apenas para San Pedro Sulas (Honduras) e Juárez (Mèxico), Maceió amarga diariamente o aumento desses índices e parece se perpetuar nesse posto.

“Por isso é importante que se reflita sobre o que tem levado Maceió a liderar esses rankings e quais valores e ideologias têm sido eternizadas ao longo de décadas para a manutenção desta realidade. Precisamos ir além da condução sensacionalista frente aos fatos violentos, ou da percepção apenas estatística desta realidade e refletir sobre o quanto cada um de nós pode contribuir para o fortalecimento dos valores sociais de forma sustentável e pacífica”, concluiu a psicóloga.

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