“Acreditei, tive esperança, mas infelizmente não pudemos fazer mais pela sociedade”. Este é o desabafo do diretor do Instituto Médico Legal (IM), Gerson Odilon, que na última segunda-feira (11), entregou ao governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, uma nova carta de demissão, motivada pelas deficiências do órgão e as mínimas condições de trabalho, constantemente denunciada pelos meios de comunicação.

Emocionado ao se sentir ‘obrigado’ em deixar a direção do instituto, Gerson Odilon falou com a imprensa durante uma coletiva na manhã desta sexta-feira (15), e afirmou que sua decisão é algo irrevogável, mas que ainda não recebeu nenhum posicionamento do governo em relação ao assunto.

Odilon relatou que motivado pela falta de estrutura do órgão e que as constantes promessas do governo para melhorar o trabalho no local não foram cumpridas. “O governador prometeu há algum tempo um reajuste salarial para os servidores da Perícia Oficial, o que não aconteceu. Além disso, a saída do médico Luciano Ataíde, um profissional exemplar, ajudou à minha decisão”.

A precariedade em equipamentos e no espaço físico do IML de Maceió não deixa dúvidas que o problema segue há anos sem solução. Gerson Odilon afirmou que existe uma ‘história deficiência do IML’, já que o problema estrutural dura décadas. “Os moldes usados pelo IML atualmente são iguais àqueles utilizados há 50 anos. De um lado, a gente enfrenta essas deficiências e do outro a sociedade, que cobra respostas”.

Pelo menos 1200 laudos são produzidos mensalmente pelo instituto, no entanto, como afirma Gerson Odilon, mas muitos não são concluídos de forma completa. “Deixo o cargo com a sensação de dever cumprido, já que a situação é caótica. Peço desculpas à sociedade por não ter feito mais e espero que o próximo diretor que assuma o instituto faça um bom trabalho e resolva os problemas estruturais”, finalizou bastante emocionado.