Servidores realizam atos unificados pela aprovação do PCS

14/06/2012 15:53 - Maceió
Por Redação
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Os servidores do Judiciário Federal e do MPU realizaram grandes atos públicos nesta quinta-feira (14/06), pela aprovação do Plano de Cargos e Salários (PCSs) da categoria. A manifestação seguiu o calendário unificado dos servidores públicos federais.

O primeiro ato público ocorreu em frente ao prédio das Varas Trabalhistas, contando com as presenças dos servidores da Justiça Federal, do TRT, do TRE, dos ferroviários e dos estudantes. E o segundo ocorreu em frente ao Tribunal Regional Eleitoral.

Os servidores protestaram contra os dois em que os Projetos de Leis 6.613/2009 e 6.697/2009, que revisam o PCS, se encontram parados na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara Federal. Um bolo de isopor simbolizou o repúdio da categoria

Na manifestação, a presidente do Sindicato dos Ferroviários em Alagoas, Graziela Araújo, informou o descaso do governo federal com a categoria que está em greve há 30 dias. “O governo apresentou uma proposta indecente de 2% de reajuste, no momento em que há aumento do número de passageiros e de trabalho, e somos menos reconhecimentos. Temos que nos unir contra esse governo. O movimento sindical existe para prevalecer os nossos direitos”, disse.

Ela destacou que o transporte sobre trilhos é a solução para o congestionamento em Alagoas. “Com o VLT, o transporte ferroviário teve um aumento de 80% de passageiros no Estado”.

Lee Flores, dirigente da CSP-Conlutas e militante do PSTU, destacou a importância da greve unificada dos servidores públicos. Afirmou que a sociedade vive em um momento de lutas na Europa, no Oriente Médio e de grandes mobilizações na Bélgica, em Portugal, na Grécia. “A crise evidencia a vulnerabilidade do plano da burguesia para o mundo. Os ataques vão se aprofundar, e não estamos vendo resposta dessa crise pelo governo. A classe trabalhadora já percebeu que esse governo de conciliação não funciona”. Para ele, o pior do governo petista foi roubar o direito de sonhar. “Mas os trabalhadores estão dizendo que o sonho é possível”, disse.

O coordenador Administrativo do Sindjus/AL, Alex Cardoso, chamou a atenção dos servidores que não se acordaram para a real situação econômica do país e da classe trabalhadora. Ele citou o drama do trabalhador que compra um automóvel com 72 parcelas, quando vai vender, o bem valerá menos de 50% do valor. “Na verdade, ele compra juros e paga o carro”, resumiu.

O dirigente destacou que a culpa dos seis anos sem reajuste salarial não é do governo Dilma. “A Dilma está cumprindo os interesses do mercado internacional. A culpa é dos servidores que não lutam por seus direitos”, apontou.

O coordenador Jurídico do Sindjus/AL, Paulo Falcão, voltou a destacar que 46% dos recursos financeiros do orçamento da União vão para o sistema financeiro. Ele repudiou a Medida Provisória 568/2012, anunciada como aumento de até 31% para os trabalhadores do Executivo, mas que na prática buscava apenas dividir a classe, mas a medida reduziu o salários dos médicos, cortou melhoria para os aposentados. Ele defendeu a intensificação da mobilização para arrancar o compromisso das cúpulas do Judiciário, Executivo e Legislativo pela aprovação do PCS.

Como reflexão, o coordenador Geral do Sindjus/AL, Marcus Robson, ressaltou que os servidores não devem acreditar no Executivo que se rende ao capital internacional nem no Legislativo que está metido em corrupção, nem no Judiciário que vira as costas para os pleitos dos trabalhadores. “Devemos acreditar na força dos trabalhadores e na mobilização. A história não é bonde, é um avião supersônico. Estamos no lado certo da história”, defendeu.

A integrante do Movimento Mulheres em Luta, da CSP-Conlutas Laís Goes convidou os servidores para participar da Marcha das Vadias contra a violência à mulher para construção de uma sociedade sem exploração e sem desigualdades salariais. Ela disse que a presidente Dilma cortou, em dois anos, R$ 105 bilhões do Orçamento das áreas sociais, prejudicando a saúde, a educação, a moradia, a educação de mulheres e homens do Brasil. Laís revelou que a maioria das mulheres está nos empregos terceirizados e precarizados do país.

A dona de casa Nazaré da Silva, de 62 anos, se aproximou dos manifestantes para dizer que está contribuindo com o INSS, e não consegue se aposentar. De forma humilde, pediu apenas que, nas intervenções, lembrassem de dizer que a presidente Dilma deve olhar para as donas de casas que têm idade para se aposentar, e não conseguem.

Para o coordenador Jurídico do Sindjus/AL, João Carlos, o governo está dando um bolo de 2 anos nos servidores, ao se dirigir aos dois anos em que os projetos de leis do PCS se encontram parados na CFT. “E os colegas ainda não acordaram. Estou afastado do trabalho há 60 dias por problemas de saúde de LER/DORT, calcificação, bursite e outras; o triste disso é ouvir os colegas dizerem que eles não estão vendo nada. Ninguém fica doente porque quer. Os servidores do nosso tribunal estão adoecendo, e nada é feito, apenas aumentam a demanda do nosso trabalho. Ou a gente cuida da nossa saúde ou iremos nos aposentar por invalidez”, defendeu.

Assembleia e atos

A categoria se movimenta para deflagração de greve por tempo indeterminado. No final dos protestos, os servidores aprovaram a realização de assembleia geral, no dia 21 de junho, com indicativo de greve por tempo indeterminado a partir do dia 28 deste mês.

Também ficou definida a realização do ato público durante a passagem em Maceió, da presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, no dia 25 de junho.

A concentração será a partir das 13 horas, em frente ao prédio do TRE.

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