A Base de Polícia Comunitária do Jacintinho completa um ano nesta quarta-feira (13), comemorando a redução dos índices de criminalidade. Para celebrar a data, os moradores participarão de gincanas, bingos, brincadeiras e da maratoninha, destinada às crianças do bairro, e da apresentação dos alunos do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd).

O trabalho realizado pelos 17 policiais militares que atuam na Base do Jacintinho é direcionado à identificação dos problemas da comunidade, à conscientização e à solução de conflitos, que são identificados em visitas domiciliares sistemáticas e no cadastramento das famílias da região.

Com essa estratégia de atuação, a comunidade registrou redução significativa em assaltos, homicídios e outros crimes na região, segundo o comandante da base, sargento Nivaldo Santos de Vasconcelos. “Hoje a comunidade selou, junto com os policiais, uma relação de confiança que passa pela mediação de conflitos até a intermediação para resolver problemas como a limpeza e a falta de água dentro do bairro”, atesta o sargento Nivaldo, que diz se sentir um membro da comunidade.

Os policiais da Base Comunitária também atuam junto aos órgãos públicos responsáveis para o encaminhamento de pessoas envolvidas com drogas que desejem participar de programas de acolhimento. “Já encaminhamos vários jovens com problemas com as drogas para as diversas comunidades terapêuticas, com a ajuda dos Anos da Paz. É gratificante porque daí a gente verifica a redução também desse problema na comunidade”, conta Nivaldo.

População segura e polícia cidadã

A população aprova o trabalho desenvolvido pelos integrantes da Base Comunitária. “Foi graças à intervenção do pessoal da base que consegui internamento de sete meses em uma fazenda por causa do alcoolismo”, informa o vigilante aposentado e morador do bairro José Gomes Filho, 42 anos.

Os moradores afirmam que a atuação da Polícia Comunitária promoveu mudanças na convivência social. “Já vimos até tiroteio entre as gangues nessa área e isso nunca mais ocorreu”, afirmou Nanci Nanci Palhares, que reside no local há 36 anos. Na manhã de terça, ela ornamentava a rua para a festa desta quarta-feira.

“Melhorou quase cem por cento, porque antes tínhamos vários problemas, como som alto, assaltos constantes e até homicídios”, conta Maria José Melo, que também mora há bastante tempo no local.

Pioneira, base do Selma Bandeira mantém a paz

Assim como no Jacintinho, outros bairros de Maceió já foram contemplados com uma Base de Polícia Comunitária. A primeira foi a do Conjunto Selma Bandeira, em 2009, projeto-piloto localizado no Complexo Benedito Bentes, outra das regiões mais violentas da capital.

Com dois anos de instalação do projeto no Selma Bandeira, foram registrados 10 homicídios. Antes da Base de Polícia Comunitária, a média era de cinco assassinatos por mês na localidade. Já o Carminha não apresentou nenhum assassinato e o Osman Loureiro registrou um crime após instalação, mas fora da área de atuação da base. O projeto já recebeu elogios de outros estados, que demonstraram interesse em multiplicar a proposta.

Outra localidade que constatou a melhora nos índices de homicídios foi o conjunto Carminha, também no Benedito Bentes, antes dominado pela ação de traficantes responsáveis por altos índices de violência.

A ação permanente da polícia no conjunto trouxe tranquilidade, mas, principalmente, confiança aos moradores que ainda sentem o reflexo dos dias de medo que por alguns anos tomou conta da localidade.

Bases já entregues

Em Maceió, foram instaladas cinco bases de Polícia Comunitária, incluindo o posto do Carminha, do total de 43 que o Governo pretende entregar à população que mais sofre com a violência. No interior, os primeiros municípios beneficiados foram União dos Palmares e Arapiraca.

O projeto foi fruto da parceria do Governo do Estado com o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), do governo federal, que objetiva reduzir a criminalidade com ações de policiamento comunitário associadas a ações educativas e culturais.