As tendências da moda parecem não afetar o estilo pessoal da Rainha Elizabeth II, que completa este ano 60 anos de reinado e tem, em sua homenagem, diversas festas e eventos comemorativos na Grã-Bretanha. Punk, rock, brega, gótico. Essas palavras nada significam para a matriarca real, cujos vestidos e conjuntos são sempre chiques o bastante para um casamento, mas resistentes para que resistam ao vento e ao "entrar e sair" de carros, ao mesmo tempo em que precisam ser largos o suficiente para que ela acene sem problemas. Mas, acima de tudo, precisam ser coloridos. "Se eu me vestisse de bege, ninguém me notaria", ela disse certa vez. Profissionais que trabalham com a rainha contaram sobre seu estilo ao site do Daily Mail.

Quando era mais jovem, ela seguia os conselhos da mãe e usava peças de Nornam Hartnell. A partir da década de 50, com então uns 25 anos, ela começou a usar Hardy Amies, que a vestiu até 2002, seu Jubileu de Ouro. Ele então se aposentou. Amies uma vez disse sobre Elizabeth II: "ela não se importa, não gosta de roupas. Ela escuta nosso conselho e veste o que acha confortável."

Avessa ao consumo e com bom olho para pechinchas, hoje ela gosta que grande parte de seu guarda-roupa seja confeccionado no próprio palácio pela sua estilista e assistente pessoal Angela Kelly, e equipe. A rainha diz sobre Angela que elas formam um bom time. E Angela, ao contrário de Amies, acha que Elizabeth II adora roupas e conhece muito de tecidos, e na verdade é ela quem ensina coisas de moda para a estilista.

Símbolos e emblemas são marcantes no vestuário da rainha. Angela incorporou a força dessas imagens às peças reais, e também apresentou novos designers para o círculo da monarquia, como Stewart Parvin, que desenhou o vestido de casamento de Zara Phillips, neta de Elizabeth II. Sobre a rainha, Parvin disse: "ela tem ideias e comportamento joviais, e por isso se dá bem com pessoas da metade de sua idade. E isso se reflete no modo como se veste. Seus modelos mais famosos são aqueles em que ela inova. Ela gosta de sair de sua zona de conforto." O designer revelou que pequenos pesos são costurados às saias e vestidos para que eles se mantenham retos e com um corte reto.

Angela também levou Rachel Trevor-Morgan para o guarda-roupa real, substituindo Freddie Fox, responsável por mais de 350 chapéus de Elizabeth II. Rachel já fez mais de 60 para a sua majestade. "São pequenos porque a rainha é pequena e ela precisa ser vista."

Outra peça-chave da equipe é o cabeleireiro Ian Carmichael, que acompanha a rainha em suas viagens pelo menos uma ou duas vezes por semana para manter seus cachos.

Karl-Ludwig Rehse é outro designer que está com a rainha há mais de 30 anos. "Conforto é essencial ao desenhar algo para ela. O comprimento da saia tem que ser OK quando ela se senta, e os botões precisam aparecer - se forem da mesma cor do tecido, somem nas fotos", disse. "Enviamos amostras de tecidos para o palácio e depois que ela as vê, nos chama para pedir nossa opinião. Há uma primeira prova do vestido, depois uma segunda. É tudo muito fácil porque a rainha é profissional e sabe o que quer."

Já as luvas ficam a cargo de Cornelia James, de East Sussex. A empresa confeccionou as luvas da coroação e do casamento de Elizabeth II. Genevieve, filha de Cornelia, diz que as luvas para o dia são de algodão, porque protegem, e são laváveis. Elas são trocadas várias vezes ao dia. Para a noite, são de nylon - talvez por serem mais leves.

As bolsas de mão são responsabilidade da Launer. O diretor da companhia, Gerald Bodmer, diz que para o dia as bolsas são pretas, brancas e bege, e douradas e prateadas para a noite, todas sem divisória no meio. "Recentemente ela quis bolsas menores, então mandamos 6. Ela sabe o que quer e gosta de renovar o look, e geralmente enviamos de uma a duas bolsas ao ano, porque ela não se importa tanto com isso", disse.

Finalmente, a Rayne fabricou os calçados para a rainha por mais de 50 anos. Quando a empresa fechou, o palácio real procurou um dos funcionários, David Hyatt, e pediu que continuasse trabalhando para eles. "Seus sapatos são de couro de bezerro em preto, bege ou navy. Há 3 diferentes designs para cada modelo de sapato: em cetim, prata ou ouro. Produzimos de um a dois pares de sapatos por ano e eventualmente renovamos um antigo - a rainha não desperdiça dinheiro", contou Hyatt.

Entre seus "tesouros" estão 30 casacos de pele que ela não usa mais.

A coleção de roupas da rainha Elizabeth II forma, com tudo isso, uma das mais fabulosas do mundo e mostram um pouco de como é a moda real dos últimos 60 anos.