O prazo para que as famílias do Movimento Terra e Liberdade (MTL) deixem a praça Sinimbú, no Centro, termina nesta sexta-feira (25), devido a uma ordem de reintegração de posse favorável à Prefeitura de Maceió. No entanto, a desocupação só deve ocorrer após uma reunião do grupo de trabalho, que ocorrerrá no Palácio do Governo, de acordo com Rafael Simão, coordenador estadual do movimento.

“Estamos em negociação com o Incra, que apresentou duas áreas abandonadas em Branquinha, mas que ficam próximas de outro acampamento. Aguardamos o contato do governo estadual com o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Participam do grupo de trabalho representantes do TJ, Defensoria Pública e da Vara Agrária”, explicou.

Segundo Simão, um dos receios das famílias do MTL é que os outros assentados não aceitem a nova vizinhança.

“O Incra não conhece os outros assentados, por isso pode haver conflitos. As famílias que estão na Sinimbú foram despejadas há cerca de um ano, da fazenda Gulangi, em Murici", explicou.

“As famílias perderam toda a lavoura, destruída por um trator e também os animais. Muitos atravessadores vendiam os produtos em Maceió. Policiais do Bope e até da Força Nacional participaram da ação. Outro receio é que o Incra esqueça os assentados lá, já que atualmente, os trabalhadores têm que acampar às margens das rodovias”, lamentou.

Ele contou que a presença das famílias na praça Sinimbú tem inibido a violência no local.

“A quantidade de assaltos diminuiu. Os trabalhadores também vêm mantendo tudo limpo, os bancos quebrados já existiam”, disse