Mansões de PC farias viram pontos turísticos em Alagoas

19/05/2012 12:44 - Maceió
Por Redação
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Apesar do cenário paradisíaco composto por ondas esverdeadas que terminam numa areia fina e dourada margeada por coqueiros, muitos turistas que frequentam a praia de Guaxuma, em Maceió, preferem dar as costas para o mar e posar para fotografias ao lado do muro branco de uma das casas de alto padrão do local.

Foi ali que o empresário Paulo César Farias, o PC, ex-tesoureiro de campanha de Fernando Collor de Mello foi encontrado morto ao lado da namorada Suzana Marcolino em junho de 1996. Desde então o local se tornou ponto de visitação, uma espécie de monumento à corrupção e banditismo que marcaram uma era da política nacional.

Segundo moradores do local, muitos turistas chegam a tocar a campainha em busca de informações, perguntam sobre as razões do assassinato de PC (crime passional ou político?) e sobre a vida dos filhos do empresário, que hoje residem no local.

“As pessoas querem saber de tudo. Se o PC foi morto pela Suzana ou se os dois foram assassinados por alguém. Tem gente que já chega com histórias prontas, acusando este ou aquele parente ou amigo. Não deixam os meninos em paz”, disse o jardineiro aposentado José Manoel da Silva, 65 anos, que mora a 300 metros do local.

Atualmente a casa é habitada pelos filhos de PC, Paulinho e Ingrid, e pelo marido e filho dela. Eles costumam ser reservados, aparecem raramente para banhos de mar, entram e saem pelo portão principal em carros blindados, acompanhados de motoristas e seguranças. Raramente saem para um banho de mar, geralmente acompanhados pelo filho de Ingrid.

Para os moradores mais antigos de Guaxuma, a imagem de PC é bem diferente daquela que ficou para o resto do país. “Ele era um homem que veio de baixo e enricou sabe-se lá como. Mas manteve a humildade. Pagava bem e tratava com jeito os funcionários. Aqui todo mundo gostava dele”, lembrou o jardineiro.

Quando os filhos de PC decidiram trocar o centro de Maceió pela praia, a casa branca avarandada de frente para o mar foi toda reformada. Ganhou jardinagem, edícula e churrasqueira. A segurança foi reforçada e, acima do portão principal, uma câmera registra todos os movimentos da rua.

Alguns quilômetros dali, na praia de Cruz das Almas, outra casa chama a atenção pela imponência. Mais de 200 metros de muros de pedra com cinco metros de altura protegem a mansão situada no alto de um morro e construída por PC no auge do poder da vista dos curiosos.

Até o ano passado o local foi usado como espaço para festas e eventos como o nome Mansão Farias. Enquanto esteve aberta, a mansão abrigou as baladas mais disputadas da capital alagoana, geralmente sob o comando de Paulinho.

“Ele adorava ser o dono da balada. Vivia rodeado de meninas e amigos”, disse um taxista vizinho da mansão.

Hoje, com a grama alta e as paredes brancas manchadas de mofo, serve de escritório para uma distribuidora de combustível.

Assim como a casa de Guaxuma, a mansão de Cruz das Almas é objeto de lendas e mistérios. “Muita gente vem aqui atrás do dinheiro que o PC teria escondido antes de morrer”, disse o vizinho. Uma das lendas mais recorrentes é que o ex-tesoureiro teria escondido uma fortuna em barras de ouro nos altos muros da mansão.

Um dos seguranças do local ri da história. “Se isso fosse verdade, não teria sobrado uma pedra destes muros até que o ouro fosse encontrado”.

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