'Fui saco de pancada por 40 anos', diz mulher que denunciou marido no PR

17/05/2012 19:23 - Brasil/Mundo
Por Redação

Uma mulher, que preferiu não se identificar, afirmou ter sido violentada durante 40 anos pelo marido. Atualmente ela comemora a liberdade depois de tê-lo denunciado à Delegacia da Mulher em Maringá, no norte do Paraná. "Fui o saco de pancada dele por 40 anos. A vida inteira ele me bateu e me agrediu com palavras pesadas. Quando ele fazia isso, me pegava pelo cabelo e eu não tinha como me defender. Hoje estou livre (...), livre para sempre".

Ela disse também que demorou para denunciá-lo porque ainda gostava dele. "Eu gostava dele e ele prometia que não ia fazer mais, que não ia beber mais (...) e que ia largar e que ia parar de beber. E eu acreditava na conversa dele".

Por determinação da Justiça, o agressor foi obrigado a sair de casa. "Hoje eu tenho paz dentro de casa, coisa que eu nunca tive", complementou a mulher.

 

A vítima faz parte de um levantamento feito pela Delegacia da Mulher em Maringá, no norte do Paraná, que mostrou que o número de mulheres que denunciaram agressões de violência doméstica nos três primeiros meses de 2012, já é quase a metade das denúncias feitas durante os 12 meses de 2011.

Os dados mostram que no ano passado foram 521 inquéritos abertos com esse tipo de situação. E entre janeiro e março deste ano foram 257.

A Lei Maria da Penha, criada em 2006, é a principal motivação para encorajar as vítimas a relatar as agressões, segundo a delegada Emilene Locatelli. "As mulheres estão mais esclarecidas, as campanhas do Governo Federal tem incentivado as denúncias e elas têm procurado a delegacia para denunciar os agressores".

O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou em fevereiro deste ano uma mudança na Lei Maria da Penha. Com a alteração, o Ministério Público (MP) pode denunciar o agressor nos casos de violência doméstica contra a mulher, mesmo que a mulher não apresente queixa contra quem a agrediu.

Até a mudança, a Lei Maria da Penha permitia inclusive que a queixa feita pela mulher agredida fosse retirada. A partir de agora, o Ministério Público pode abrir a ação após a apresentação da queixa, o que garante sua continuidade.

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